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Seca nos EUA faz milho e soja baterem recordes

Segunda-feira, 23 de julho de 2012

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Alta em Chicago fez a oleaginosa ultrapassar teto histórico também no Paraná, atingindo R$ 84 por saca no Porto de Paranaguá

As cotações da soja e do milho fizeram história ontem na Bolsa de Chicago devido à seca que atinge o cinturão de produção de grãos nos Estados Unidos. A soja já vinha a galope e fechou o dia valendo US$ 17,34 por bushel (medida equivalente a US$ 38,14 por saca de 60 quilos). Foi a primeira vez que a commodity teve fechamento acima de US$ 17/bu. Ao longo da sessão, chegou a bater em US$ 17,41 por bushel. O milho quebrou recorde ao fechar o dia valendo US$ 8,07 por bushel (US$ 19,04 por saca de 60 quilos).

 

Se o clima não melhorar no Corn Belt, os preços continuarão em patamares nunca antes alcançados nos próximos meses, disseram os especialistas consultados pela reportagem. Os Estados Unidos são a principal fonte de soja e milho para o mercado mundial no segundo semestre. A safra de verão do Hemisfério Sul só chega no mercado a partir de janeiro.

Em Paranaguá, os preços da soja espelharam o comportamento do mercado internacional. Conforme levantamento da consultoria Safras & Mercado, o valor nominal de venda foi de R$ 84 por saca, mas sem negócios realizados, já que falta produto disponível. Já os vendedores de milho pediam R$ 35 pela saca do produto no melhor momento do dia, mas poucos negócios foram fechados. Esses valores também são apontados como recordes.

Os preços no Brasil refletem também o fato de o dólar estar se mantendo na casa de R$ 2. Nos últimos anos, quando os preços atingiram picos em Chicago, a moeda norte-americada estava abaixo desse patamar.

Nos Estados Unidos, além da falta de chuva, os termômetros não param de subir e as previsões apontam que o clima deve continuar prejudicando as lavouras. O último levantamento sobre as condições das plantações divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, aponta que, até domingo passado, 38% da área plantada com milho apresentava estado ruim ou muito ruim. Nesta época do ano passado, o índice era de 11%. No caso da soja, 30% do terreno estava em péssimas condições de desenvolvimento. A oleaginosa tem naturalmente maior potencial de recuperação, mas depende de chuva.

Verão escaldante

“Se está ruim, pode piorar”, analisa Luiz Renato Lazinski, meteorologista brasileiro que acompanha a situação e elabora relatórios para o agronegócio do Paraná. “Nas regiões central, oeste e noroeste do Corn Belt norte-americano, as temperaturas máximas variam entre 37º e 42°C, entre esta e a próxima semana. Esse calor, associado à pouca precipitação, deve fazer a situação deve piorar muito por lá”, afirma o especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Para o sul, sudeste e leste do cinturão de produção de grãos dos EUA, as chuvas voltaram e melhoraram um pouco as condições hídricas do solo, aponta Lazinski. A tendência é que volte a chover um pouco mais nas áreas mais críticas só do final do mês em diante. Ou seja, nos próximos 10 a 12 dias, nada de mudança significativa. Os preços estão subindo porque os estoques mundiais estão baixos. Eles não foram expandidos no primeiro semestre porque também houve seca no Brasil (Sul), na Argentina e no Paraguai, que estão entre os líderes em exportação de soja.

Fonte: gazeta

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