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Um refor?o para os quadris

Quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:57:13


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Cirurgia que substitui a articulação dos quadris afetada pela artrose tem êxito em 95% dos casos

Dores na região do quadril, nas coxas e que irradiam para o joelho são sinais de uma possível artrose, principal doença a acarretar cirurgias nos quadris. Resultado da degeneração da articulação entre o fêmur e o quadril, ela gera uma dor intensa que muitas vezes não responde a tratamentos com analgésicos e anti-inflamatórios. O incômodo fica perceptível no caminhar e em ações cotidianas, como dirigir, amarrar o tênis e cortar as unhas do pé.

A lesão degenerativa no quadril é bastante frequente e abrange pessoas a partir dos 20 anos de idade, mas o mais comum é que ela surja a partir da quinta década de vida. “A artrose é incômoda porque tende a evoluir e a piorar. Em indivíduos acima dos 50 anos, é possível tentar tratar com medicações para tornar mais lenta a evolução, mas a dor pode vir a ser tanta que a cirurgia de substituição se faz necessária”, diz o ortopedista Márcio Raphael Pozzi, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Quadril regional Paraná.

A cirurgia de prótese de quadril -- chamada também de artroplastia de substituição de quadril --, consiste em trocar a articulação do quadril pela prótese. Ela pode ser parcial, quando a cabeça do fêmur é trocada, ou total, quando se substitui também a região da bacia em que o fêmur encaixa, chamado de acetábulo. Apesar de parecer um procedimento agressivo, Pozzi informa que em 95% dos casos os resultados alcançados pela cirurgia são bons.

Mecânico ou metabólico

Metade dos casos de artrose tem origem mecânica, um “erro” de formato. “Outra parte tem causa metabólica, proveniente de doenças reumáticas, doenças da articulação, reumatoides e necroses do alcoolismo”, diz o ortopedista Luiz Antônio Cordeiro de Loyola, do Hospital XV.

O médico também lembra que em certos casos um problema no quadril pode ser transmitido de mãe para filho, “se ela teve uma displasia de quadril, o caso é de seus filhos se consultarem com um ortopedista”. Ainda segundo Loyola, esses distúrbios em alguns graus não ocasionam dores tão logo são diagnosticados, mas tardiamente acabam por causar o desgaste.

Para evitar que a artrose chegue a um estado avançado, Pozzi lista algumas dicas importantes, como a ingestão de suplementos de cartilagem e a manutenção do peso ideal para que a articulação não sofra mais carga. “Se você tem uma articulação que não é 100%, deve se preocupar em manter uma boa musculatura, fazer alongamentos, cuidar da postura e ficar no peso ideal. O entorno tem que ser reforçado, para compensar a articulação doente. Isto porque a partir do momento em que se perde este equilíbrio começam a aparecer os sintomas”, alerta o ortopedista Márcio Raphael Pozzi.

Controle do peso contra a artrose

O excesso de peso impõe uma carga adicional às articulações, o que causa desgaste. Uma alimentação saudável e acompanhamento nutricional garantem peso adequado e também nutrientes que podem auxiliar na prevenção e na redução dos sintomas e das chances da artrose de quadril progredir. A nutricionista clínica do Hospital Santa Cruz, Jennifer Partika, indica a ingestão de antioxidantes, cálcio, ômega-3, vitaminas E, D, C, além de outros nutrientes de uma dieta balanceada. Ela aponta que pesquisadores britânicos têm estudado o poder de um composto, encontrado no brócolis, repolho e couve-de-Bruxelas, que bloquearia uma enzima que danifica as articulações, mas não há resultados comprovados em humanos.

A dica fundamental de Jennifer é que o paciente com data de cirurgia marcada mantenha uma dieta leve no pré e pós-operatório. “Evite o ganho de peso, pois quanto maior ele for maiores as chances de complicações e dificuldades na cicatrização. Man­­tenha hábitos saudáveis e não exagere no consumo de gorduras e bebidas alcoólicas”, diz ela.

A via-sacra do diagnóstico

Até mesmo quem pratica exercícios físicos em grande quantidade pode estar sujeito ao desgaste da articulação do quadril, pois a propensão ao distúrbio depende muito mais de características do organismo e de uma predisposição que a pessoa carrega consigo. “A lesão é acelerada caso essa predisposição seja associada a uma atividade de alto impacto, como a corrida de rua. Como o quadril é uma articulação de carga, ao se colocar cada vez mais peso sobre ele, este quadril que se degeneraria em 15 ou 20 anos vai durar apenas 10 anos”, relata o ortopedista Márcio Raphael Pozzi.

A nutricionista e professora de educação física Maria do Rocio Braga Côrtes (foto) é o caso de quem sofreu pelo excesso da prática esportiva. “Aos 38 anos senti uma dor que iniciava no quadril do lado direito e pegava toda a perna. Foi tratadaq como dor de atleta, busquei ajuda com um ortopedista e tomei anti-inflamatório. Porém, a dor voltava e desaparecia, era suportável e eu continuava dando aula de educação física”, diz ela.

Mesmo após passar por diferentes médicos, a verdadeira causa não era encontrada. Foram muitos anos nesta procura, e a dor só piorava. “Todo médico que me atendia não encontrava solução, indicaram até mesmo um neurologista. Com muita dor, comecei a sentir limitação no meu trabalho, como na hora de tirar medidas dos pacientes e também na execução dos exercícios”, lembra Maria do Rocio, que após dezanos e através de um simples raio-X descobriu a artrose. Em menos de um mês ela operou e recebeu a prótese. “O sumiço da dor foi imediato, logo após passar o efeito da anestesia”, conta ela.

De tempos em tempos há a necessidade de “trocar as peças”. A prótese desgasta em média, em 20 anos, por isso os médicos evitam colocar em pessoas mais novas, pois é quase certo que terá que trocá-la em algum momento da vida.

 

 

Fonte: gazeta

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