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Futuro da minera??o est? nos oceanos

Sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:43:12


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Brasil se junta a seleto grupo de países que pesquisa a viabilidade econômica da exploração de jazidas em alto-mar

Última fronteira da mineração mundial, o fundo dos oceanos esconde uma infinidade de riquezas ainda pouco exploradas pelo homem. Nos últimos anos, um grupo restrito de países e empresas privadas começou a estudar a viabilidade econômica da atividade. Áreas submersas com potencial de exploração estão sendo reivindicadas na Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (Isba, na sigla em inglês), órgão ligado às Nações Unidas e responsável pela administração de águas internacionais.

No início de julho, o Brasil recebeu permissão da Isba para prospectar uma área de 3 mil quilômetros quadrados no chamado Elevado Rio Grande, uma montanha submersa situada no Atlântico Sul, a 1.500 quilômetros da costa brasileira. Nos próximos 15 anos, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) vai aprofundar os estudos sobre as jazidas no local e o possível impacto ambiental da retirada desses minérios.

No cenário atual, a demarcação de territórios submarinos é mais um movimento político do que econômico. Apesar do imenso potencial, a mineração em águas profundas é uma atividade incipiente – existem apenas algumas experiências no Oceano Pacífico, com a exploração de nódulos de manganês. Mas, para especialistas, não há dúvidas de que a necessidade industrial e tecnológica por matérias-primas tornará a atividade viável em um futuro não muito distante.

“Uma hora os bens minerais em terra vão acabar e eles não serão repostos [pela natureza]. Os países vão precisar explorar o fundo do mar. Daí a necessidade de se fazer pesquisas. Hoje há um total desconhecimento, porque industrialmente nunca foi feito”, afirma o geólogo João Carlos Biondi, professor doutor da Universidade Federal do Paraná. “A pesquisa é importante para aferir a potencialidade econômica. A forma como esses minérios estão determinará a viabilidade da exploração”, diz Marcos Vitor Fabro Dias, geólogo e diretor técnico da Mineropar.

Urgência

Segundo eles, a demanda de cada país determinará se a atividade em alto-mar ocorrerá em curto, médio ou longo prazo. “O Japão, por exemplo, não produz nenhum bem mineral. Eles importam tudo. Já o Brasil está muito bem, não tem uma necessidade imediata”, diz Biondi, que é autor do livro Processos Metalogenéticos e os Depósitos Minerais Brasileiros.

O pesquisador Eugênio Frazão, do Departamento de Geologia e Recursos Minerais do CPRM, explica que o interesse econômico no Elevado Rio Grande se concentra em crostas de cobalto e sulfetos polimetálicos, que podem conter ferro, níquel, manganês e cobre, todos com alto valor comercial. Também foram detectadas concentrações de fosfato, usado como fertilizante. “A autorização da Isba nos permite ampliar as pesquisas no Alto Rio Grande. Só depois de aprofundar os estudos, poderemos pedir uma permissão de explotação [retirada do minério]”, explica ele, que esteve pessoalmente no local com um grupo de pesquisadores brasileiros e japoneses no ano passado.

Pacífico vai abrigar primeira mina submarina em breve

A primeira mina do mundo no fundo do oceano está prestes a se tornar realidade, segundo informações da BBC. A empresa canadense de mineração Nautilus concluiu um acordo com o governo de Papua Nova Guiné para começar a minerar uma área no “assoalho” do Oceano Pacífico.

A empresa ambiciona extrair minérios de cobre, ouro e outros metais valiosos de uma profundidade de 1.500 metros.

Chamada de Solwara-1, a mina será escavada por uma frota de máquinas robóticas controladas a partir de um navio na superfície.

O plano consiste em quebrar a camada superior do fundo do mar de modo que o minério possa ser bombeado para cima como uma lama.

Para quebrar as rochas e raspar o fundo do mar será empregada a maior máquina da mina, um triturador pesando 310 toneladas, que trabalhará 24 horas por dia.

Recuperação

De acordo com a Nautilus, a mina terá um impacto ambiental mínimo, o equivalente a cerca de dez campos de futebol e com foco em uma área que é suscetível de ser rapidamente recolonizada pela vida marinha.

Fonte: gazeta

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