endereçoAv. Brasil, 694 - Centro Faxinal - Pr
telefone(43) 3461-8000
Acessibilidade acessibilidade

alimenta??o infantil

Declare guerra contra os enlatados

Sexta-feira, 07 de novembro de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:36:58


Ouvir matéria

Negar aos filhos o consumo de produtos com excesso de sal, açúcar e conservantes garante a eles saúde e um paladar aprimorado

Um dos maiores desafios da maternidade é definir as regras de alimentação e resistir aos apelos dos pequenos diante das gôndolas repletas de biscoitos, chocolates, salgadinhos e refrigerantes. A causa, porém, é nobre. Dizer não a doces e processados é evitar a obesidade e suas complicações. Mais: também é oportunizar à criança uma relação saudável e prazerosa com o ato de comer.

Nutricionistas concordam que o mais importante é estabelecer corretamente o paladar da criança desde a primeira infância, possibilitando que ela descubra os sabores e texturas sem influência de sabores açucarados, muito salgados ou temperados – caso de alimentos industrializados e processados. O contato precoce com esse tipo de comida prejudica a percepção sobre o que é saboroso.

“É nos primeiros anos que a criança forma o hábito alimentar para a vida toda. Se isso não foi construído de maneira saudável e com variedade na infância, teremos um adulto com cardápio restrito. Além disso, o hábito alimentar acentua predisposições genéticas e problemas como obesidade, diabetes ou hipertensão. E é muito mais difícil reeducar na fase adulta”, diz a nutricionista funcional Luana Macedo.

Fora de casa

Juliana Mathoso, 32 anos, conhece bem as dores e as delícias das decisões maternas sobre como alimentar as crianças. Mãe de Daniel, 5, Catarina, 2, e Gloria, 8 meses, ela conta que “se desdobra” para elaborar um cardápio o mais natural possível – o que nem sempre dá certo. Os primeiros obstáculos surgiram quando Daniel passou a frequentar a escolinha e a conviver com crianças com outros hábitos alimentares. Claro que o inevitável aconteceu: o menino passou a querer experimentar o que os coleguinhas comiam, como biscoito recheado – algo até então desconhecido no lar dos Mathoso.

Juliana, porém, jamais proibiu que os filhos experimentassem qualquer alimento, mas, para não comprometer o paladar saudável conquistado, criou estratégias. Todos os dias, ela corta frutas e distribui porções pela casa, para que os filhos possam “beliscar” sempre que sentirem fome; faz o mesmo com garrafinhas d’água e não adoça os sucos.

Para driblar a impossibilidade de preparar lanches naturais todos os dias, para o recreio, Juliana aprendeu a observar os rótulos com a composição dos produtos industrializados. “Uma dica que eu dou é: entre duas opções do mesmo alimento, escolha aquela que tem menos ingredientes.” Luana aprova a tática, e acrescenta: “prefira produtos com ingredientes que você conheça e poderia ter em casa.”

O cuidado de mães como Juliana com o que os filhos comem, no entanto, não é compreendido por todos. “Acho engraçado como a sociedade está habituada a um tipo de alimentação e justifica com o clássico ‘Ah, mas é o que a criança gosta de comer’. Não é o que a criança gosta, é o que ela foi ensinada a comer”, critica. Hoje, Juliana comemora os resultados. Daniel, por exemplo, prefere suco a refrigerante e pede frutas no lanche.

 

Manual

 

O Ministério da Saúde criou os Dez passos para uma alimentação saudável para auxiliar os pais na nutrição saudável de seus filhos. Confira alguns passos do manual:

• Leite materno

O leite materno é o alimento mais completo para a criança. Até essa idade, água, chás ou outros alimentos aumentam a chance de o bebê adoecer.

• Outros alimentos

A partir dos 6 meses, os pais devem inserir outros alimentos gradativamente, com uma colher, observando a aceitação da criança e a quantidade a ser oferecida. “Nesta fase, indico iniciar com papas salgadas de legumes, evitando misturar dois ou mais tipos na mesma papa, para a criança identificar o sabor de cada alimento. Ao invés de sucos, ofereça água”, ensina a nutricionista Flávia Arnas.

• Respeite a criança

O ideal é que a alimentação complementar siga os horários e rotinas da amamentação, com pequenas porções. Porém, os pais devem evitar a imposição da refeição e quantidades além do necessário. “Bebês têm muita consciência de quando sentem fome e de quando estão satisfeitos”, garante a nutricionista Luana Macedo. Flávia, porém, recomenda rigidez quanto ao local da refeição: nada de tevê ou outras distrações.

• Alimentação variada

Segundo Flávia Arnas, a alimentação complementar a partir dos 9 meses deve ser composta de cereais ou tubérculos, proteína de origem animal, leguminosas e hortaliças. Assim, compõe-se um cardápio completo em termos nutricionais, com vitaminas e minerais essenciais ao crescimento. O manual do MS recomenda oferecer à criança duas frutas diferentes por dia e que cada refeição traga só um alimento novo, sem misturá-lo a outras porções no prato.

• O que evitar

Segundo o manual do Ministério da Saúde, as crianças nascem com preferência pelo sabor doce. No entanto, a adição de açúcar é desnecessária, e deve ser evitada. Além disso, diz Flávia Arnas, alimentos industrializados, repletos de aditivos e conservantes, podem causar alergias ou intolerâncias, além de estimular o surgimento de transtornos de obesidade.

 

Dicas

 

Veja algumas sugestões de como preparar os alimentos:

• Comida de adulto

A transição das papinhas para a comida da família pode ser feita a partir dos 9 meses. Basta amassar bem os alimentos, desfiar as carnes e controlar a quantidade de temperos. Deve-se evitar alimentos processados prontos para consumo.

• Descoberta

Crianças que recusam frutas e verduras devem ser incentivadas: os alimentos precisam estar sempre ao alcance e os pais, dar o exemplo. “Ofereça a fruta em pedaços grandes, para que a criança coma da maneira que preferir, sentindo a textura e o gosto”, sugere Flávia Arnas.

• Pode mastigar!

Não há necessidade de liquidificar ou peneirar as refeições e sucos para bebês, segundo a nutricionista Luana Macedo. “A textura ideal é de papinha. Basta amassar e desfiar a carne, mas deixando pequenos pedaços. A gengiva tem força para mastigar. É nesse exercício que se desenvolve o rosto, o maxilar e a dentição.”

• Como congelar

Pais que não dispõem de tempo para cozinhar todos os dias podem congelar os alimentos. Basta armazená-los corretamente. Assim que a comida estiver pronta, separe-a em porções individuais e coloque para congelar o mais rápido possível, sem tampa. Só feche o recipiente quando o alimento estiver congelado.

• Mistura boa

Luana indica duas regras básicas para a alimentação infantil: introduzir a maior variedade possível de alimentos e não misturar alimentos da mesma classe na mesma refeição. A dica é compor cada refeição com um carboidrato, uma proteína, um legume e uma verdura.

 
 

Fonte: gazeta

 Veja Também