Quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Última Modificação: 05/11/2018 14:02:14
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Estado tem três das cinco sociedades garantidoras de crédito no país. Em quatro anos, R$ 250 milhões devem ser financiados aos paranaenses
As garantidoras paranaenses devem avalizar, até 2017, metade do que será financiado a micro e pequenos empresários que não conseguem garantias na hora de tomar um empréstimo junto a uma instituição bancária. Dos R$ 500 milhões previstos para serem financiados em todo o país, R$ 250 milhões devem chegar a mão de pequenos negócios do Paraná por meio do aval das garantidoras.
À frente dos outros estados em quantidade de garantidoras, o Paraná concentra hoje três das cinco entidades em operação e em dois anos terá outras três em funcionamento – o estado será o primeiro do país a estar com todas as regiões cobertas pelas garantidoras. No Brasil existem cinco Sociedades Garantidoras de Crédito (SGCs) em operação, três delas no estado: Noroeste Garantias, em Maringá; Garantioeste, em Toledo; e Garantisudoeste, em Francisco Beltrão.
Até o fim do ano micro e pequenos empresários das regiões de Londrina e Guarapuava devem começar a ser avalizados pelas SGCs – são essas cinco que devem operar, juntas, R$ 250 milhões no estado. Curitiba deve ganhar a sua garantidora até 2017. No momento, a entidade na capital está em fase de elaboração do plano de negócios.
Cooperativismo
Apesar de não estar na vanguarda na implantação do modelo no país – o Rio Grande do Sul teve a sua primeira SGC em 2003, em Caxias do Sul –, o Paraná, que a partir de 2011 começou com a operação, já se destaca em alguns indicadores. A Garantioeste, de Toledo, é a entidade com o maior número de associados. Até o primeiro semestre, 617 empresários estavam associados à Garantioeste, contra 559 da gaúcha Garantiserra, que já opera há dez anos. No Paraná, 719 pequenos empresários estão associados a uma das três garantidoras.
Uma das explicações para o engajamento de associados tanto na região Oeste quanto no restante do Paraná é o modelo cooperativista adotado em várias partes do estado. Pequenos empresários paranaenses já têm por costume se associar para dar mais competitividade a sua produção. “Temos quase metade dos associados de todo o país aqui na região. O sistema associativista é muito forte no estado e as associações comerciais se tornaram grandes parceiras das garantidora”, explica Augusto Sperotto, presidente do conselho administrativo da Garantioeste.
Em 2008 o Sebrae, principal promotor das SGCs no Brasil, realizou uma chamada pública para mobilizar interessados no modelo, que atraiu a atenção de lideranças paranaenses. “Com a operação em Curitiba, devemos cobrir o estado, e com isso vamos dando cara de sistema às SGCs paranaenses. O principal objetivo é que os pequenos empresários vejam a garantidora como a porta de entrada dos bancos”, explica Flavio Locatelli Jr, coordenador estadual de acesso a serviços financeiros do Sebrae-PR.
Comportamento
“Risco moral” quase zera inadimplência
Como ficar devendo a um amigo? É dessa premissa de “risco moral” que se valem as garantidoras. As operações são feitas entre associados que sabem que ao atrasar o pagamento vão sujar o nome e prejudicar outros empresários da região. Assim como qualquer operação de crédito, entretanto, problemas existem. Na Noroeste Garantias, a inadimplência é de 2,5%, segundo o presidente Ilson Rezende. Para diminuir esse índice é preciso aumentar o filtro dos avais e a entidade é uma das que mais aperta o funil: a cada cinco pedidos, três são negados. “Um dos grandes problemas é a dificuldade do pequeno empresário em entender o que a empresa realmente precisa”, explica Rezende.
Fonte: gazeta