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?N?o h? m?quinas que criam g?nios?

Segunda-feira, 08 de julho de 2013

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Especialistas alertam para riscos de produtos que prometem melhorar capacidade cerebral por meio de impulsos eletromagnéticos

Parece coisa de filme de ficção científica, mas basta uma busca na internet para encontrar promessas milagrosas para melhorar a memória e os reflexos por meio do uso de uma espécie de capacete futurista que diz emitir impulsos eletromagnéticos diretamente no cérebro. Um desses produtos, dos Estados Unidos, custa pouco mais de R$ 500. A respeitada revista científica Nature apontou para a incerteza de resultados desse tipo de produto, levando em consideração a falta de comprovação médica de melhorias. O neuropsiquiatra Wesley Hummig concorda com a opinião da publicação. “Seria uma coisa incrível, mas não há máquinas que criam gênios”, acrescenta.

Esse tipo de mercadoria busca se basear em pesquisas sérias e antigas ligadas ao uso de impulsos elétricos no cérebro – há registros de experimentos realizados ainda no Império Romano, por volta do ano 46 d.C. Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, já conseguiram comprovar que a velocidade de aprendizado aumenta com um estímulo elétrico de baixa intensidade, por exemplo. Já o Hospital do Coração de São Paulo (HCor) testa a técnica para tratar a obesidade mórbida. “Há vários casos de melhora, como em casos de epilepsia, mal de Alzheimer e doença de Parkinson”, cita a neurologista Thereza Wickler.

No entanto, todo cuidado é pouco. No Brasil, o uso de impulsos elétricos é regulamentado por órgãos como o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Associ­ação Médica Brasileira (AMB) em duas modalidades: a estimulação magnética transcraniana (EMT) e a eletroconvulsoterapia (ECT). Elas podem ser usadas exclusivamente em pacientes diagnosticados com depressão (uni e bipolar) e esquizofrenia que não responderam à medicação, além do uso para fazer o planejamento de neurocirurgia.

Efetividade

Por mais que pesquisas mostrem que esse tipo de técnica possa trazer benefícios ao cérebro humano, ainda não se sabe o motivo exato de a eletricidade ser efetiva. “Há uma série de medidas de segurança que precisam ser cumpridas para por tanto a EMT quanto a ECT em prática. São tratamentos que requerem a presença de um médico e não podem ser usados por qualquer um”, analisa Hummig, que é sócio-fundador da Associação Brasileira de Estimulação Magnética Transcraniana (CBrEMT) e estuda o tratamento com ondas eletromagnéticas desde 2001.

Para quem encontrar produtos com promessas de melhora para o funcionamento do cérebro, a recomendação é a mesma para todo procedimento médico: “O paciente precisa ouvir a orientação de um médico de confiança. Não há cura ou tratamento milagroso quando o assunto é saúde”, assegura Thereza.

Tarefas simples contribuem com o cérebro

Por mais que não existam máquinas com a capacidade de fazer com que pessoas comuns se tornem gênios, é possível praticar exercícios simples que ajudam a desenvolver a capacidade neurológica do ser humano. “É importante fazer coisas que saiam da rotina para estimular o cérebro a estabelecer novas conexões entre os neurônios”, comenta a neurologista Thereza Wickler.

Além de palavras cruzadas e caça-palavras, que melhoram elementos como memória, linguagem e atenção, tentar escrever com a outra mão, percorrer rotas diferentes nos trajetos diários e aprender novos idiomas podem ajudar o cérebro e até prepará-lo para fatalidades. “Se um destro que já praticou escrever com a mão esquerda tiver um derrame, por exemplo, ele terá mais facilidade para voltar à rotina”, analisa Thereza.

Fonte: gazeta

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