Governo Municipal de Faxinal
Doença que pode ser fatal principalmente em crianças menores de um ano, a coqueluche rouba o fôlego – sacrifica com crises persistentes de tosse, de até 30 minutos, várias vezes ao dia. Em casos mais graves, pode evoluir para pneumonia (infecção nos pulmões) e encefalite (inflamação no cérebro).
O ressurgimento da enfermidade respiratória na América Latina foi um dos temas do 14º Congresso Internacional de Doenças Infecciosas, realizado em Miami, nos Estados Unidos, em março.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2006 e 2008, o número de casos confirmados na Argentina saltou de 1.607 para 3.085, um acréscimo de 92%. O aumento foi bem mais expressivo no Uruguai: de 15 para 128 no mesmo período (753%).
– Não temos de nos conformar, como se fosse uma doença natural da infância. Até porque coqueluche não é mais uma doença exclusivamente infantil – esclarece Ángela Gentile, chefe do Departamento de Epidemiologia do Hospital Infantil Ricardo Gutiérrez, em Buenos Aires.
No Brasil, a vacina tríplice bacteriana (contra coqueluche, difteria e tétano) está prevista no calendário do Ministério da Saúde desde a década de 70. Bebês devem receber doses aos dois, quatro e seis meses, além de um reforço aos 15 meses e outro entre quatro e seis anos. A validade da proteção varia de cinco a 10 anos. O levantamento mais recente do governo federal registra um declínio na incidência: foram 866 casos em 2009, contra 1.360 no ano anterior.
Especialistas fazem um apelo para que o esquema completo de vacinação seja cumprido – do contrário, perde-se a imunidade. A doença ataca também adolescentes e adultos. Ainda que sofram com sintomas menos severos, esses pacientes se tornam uma ameaça às crianças com quem convivem. Países como Alemanha, Canadá e Estados Unidos adotaram uma dose de reforço na adolescência, época em que o imunizante recebido na infância perde a eficácia.
– Tudo que é transmitido por vias respiratórias é mais difícil de prevenir. Deve-se ter uma cobertura vacinal muito grande – alerta Ángela.
Há pacientes que enfrentam o problema sem saber – nem enquanto convalescem, nem depois de recuperados. Pode-se tossir tanto, e por tanto tempo, a ponto de fraturar costelas. Sem o exame que comprovaria o diagnóstico, raramente solicitado pelos médicos, acredita-se em algum outro problema respiratório. Segundo o infectologista pediátrico argentino Hugo Paganini, todo adulto que tosse por mais de duas semanas deve desconfiar de coqueluche.
– O não diagnóstico é muito comum. Os médicos não reconhecem a doença – avalia a pediatra Tina Tan, do Departamento de Doenças Infecciosas do Children’s Memorial Hospital de Chicago (EUA).
A repórter viajou aos Estados Unidosa convite da Sanofi Pasteur
Última modificação em 23/04/2010