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Pesquisa recente revela que fibromialgia atinge 2% dos brasileiros, mas diagnóstico demora 5 anos e apenas um terço dos médicos sabe fazê-lo corretamente
Cinco anos é o tempo médio que os brasileiros levam para descobrir que têm fibromialgia. Os dados, de uma pesquisa encomendada pela empresa farmacêutica Pfizer, realizada entre outubro e dezembro do ano passado, apenas atestam a falta de informação sobre o problema.
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa. O paciente sofre de dores crônicas em várias partes do corpo. Não há cura e nem uma causa específica para a doença, que atinge predominantemente mulheres na faixa etária dos 30 aos 50 anos. “Apesar de ser mais incidente no sexo feminino, ela também atinge crianças e idosos. No Brasil, ela acomete 2% da população”, afirma o reumatologista Eduardo Paiva, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O estudo da Pfizer sobre fibromialgia ouviu 904 pessoas, entre pacientes e médicos, no Brasil, México e Venezuela. No cenário nacional, o que mais se destaca é a dificuldade dos médicos em diagnosticar a enfermidade. Cerca de 67% dos profissionais entrevistados encontram problemas para distinguir os sintomas da fibromialgia em relação aos de outras doenças.
Segundo o reumatologista da UFPR, isso se deve ao fato de a fibromialgia poder ser diagnosticada apenas clinicamente. “O modo de descobrir se alguém tem ou não a doença é a conversa entre médico e paciente. É como uma enxaqueca: as pessoas sabem que têm, mas não há um exame específico que confirme sua existência”, explica. Logo, pode levar anos até chegar ao correto diagnóstico.
Seis anos até o diagnóstico
A funcionária pública Sandra Bezerra, 41 anos, foi uma das brasileiras que encontraram dificuldades para descobrir a doença que tinham. Entre 2002 e 2008, ela perdeu as contas de quantos médicos se consultou até ser encaminhada para o reumatologista que fez o diagnóstico. “Eu tinha muitas dores na coluna. Era insuportável. Os médicos diziam que era só uma tensão muscular provocada pelo estresse.”
Segundo os dados da pesquisa da Pfizer, os pacientes fibromiálgicos no Brasil costumam consultar entre sete e oito médicos até serem diagnosticados. “É um tempo muito grande desperdiçado. E isso traz danos físicos e psicológicos ao paciente, que vê sua qualidade de vida diminuir bastante”, afirma Paiva. Para ele, a solução para esse problema está na informação.
A agilidade no diagnóstico, segundo ele, evita que o paciente apresente outros sintomas ocasionados pela dor crônica, como a depressão, insônia e ansiedade. “Quem tem dores musculares ou de articulação muito intensas há mais de três meses deve procurar um reumatologista.”
Com o diagnóstico feito, os pacientes são encaminhados para a prática de exercícios físicos. Sandra faz aulas de pilates e shiatsu. “Além disso, alongo meia hora por dia. A dor não chega a desaparecer, mas sinto que estou melhor desde que comecei o tratamento.”
Paiva explica que os medicamentos indicados para o combate da doença são paliativos. “Os remédios só melhoram sua condição para que faça o tratamento com atividade física”, diz.
Última modificação em 13/06/2011