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Autoria de “Ai, Se Eu Te Pego” é disputada por ex-amigas de João Pessoa, na Paraíba
Os números de “Ai, Se Eu Te Pego” chegam à estratosfera. Estimativas do mercado dão conta de que o sucesso de Michel Teló teve mais de 2 milhões de downloads pagos no mundo. A música ficou em primeiro lugar no ranking de vendas digitais em mais de 25 países e, só em direitos autorais, suas execuções em festas, rádios, tevês e shows podem movimentar um valor em torno de R$ 3 milhões por ano. É uma mina de ouro que se encontra no meio de uma disputa entre vários garimpeiros. E quem imaginaria que tudo começou com sete amigas adolescentes de João Pessoa – hoje adultas e divididas em grupos rivais – às voltas com um guia turístico delícia numa viagem à Disney?
A história veio à tona na semana passada, quando foi divulgado que Marcella Ramalho, Maria Eduarda Lucena dos Santos e Amanda de Queiroga reivindicaram judicialmente a autoria de “Ai, Se Eu Te Pego”, originalmente creditada à cantora Sharon Acioly e seu parceiro, Antonio Diggys. Elas alegaram que Sharon se limitou a copiar a letra que as três, junto com mais quatro amigas de colégio, compuseram em 2006, numa viagem a Orlando, nos Estados Unidos, quando todas tinham entre 14 e 15 anos.
Maria Eduarda conta que o “Ai Se Eu Te Pego” surgiu, coletivamente, como forma de brincar com uma das meninas que paquerava um guia da excursão com o dobro de sua idade. Dois anos depois, parte desse grupo foi de férias para Porto Seguro, na Bahia, onde Sharon se apresentava. Convidadas por ela ao palco, uma das meninas cantou o refrão da música, que assim foi incorporado ao repertório da cantora. Com a inclusão de uma segunda parte, feita por Sharon e Diggys, ele teria virado o “Ai Se Eu Te Pego”, que estourou na voz de Michel Teló.
Acordo
Desde 2009, a cantora manteve contato por e-mail com duas das meninas que conheceu em Porto Seguro, Aline Medeiros e Karine Vinagre. Com elas e mais uma das meninas da excursão de 2006, Amanda Cruz, Sharon fechou um acordo confidencial para incluí-las na autoria do hit.
Em sua página num site de relacionamentos, ela diz: “Essas, sim, eu reconheço como coautoras da música. As outras três [Marcella, Maria Eduarda e Amanda de Queiroga] não conheço. Eu não estava na Disney pra saber.”
“Aquele era o nosso refrãozinho que surgiu no decorrer da viagem. Estávamos sempre juntas, as sete”, conta Maria Eduarda, informando que a sétima integrante, Thayná Borges, preferiu ficar fora da disputa. “Quando a música virou sucesso, eu, a Marcella e a Amanda [de Queiroga] vivíamos dizendo que tínhamos que fazer algo. Mas as outras meninas diziam que não queriam saber daquilo.”
Advogado de Aline, Karine e Amanda Cruz, André Cabral, que ajudou a costurar o acordo com Sharon, por sua vez diz que suas clientes não reconhecem a participação de Maria Eduarda, Marcella e da outra Amanda na autoria do refrão que deu na canção.
Enquanto isso, o rolo aumenta: quatro compositores de Minas Gerais, conhecidos no meio como família Silva, registraram uma “Ai Se Eu Te Pego” como sendo de sua autoria na Sociedade Brasileira de Administração e Proteção dos Direitos Intelectuais (Socinpro). Apesar de o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) garantir que a família nunca recebeu um centavo, a obra foi bloqueada para análise.
Última modificação em 20/03/2012