Governo Municipal de Faxinal
Revestimento é comum em Curitiba porque valoriza o imóvel, é resistente e exige pouca manutenção
Os edifícios de Curitiba têm, há décadas, uma relação muito íntima com as pastilhas quando se trata dos revestimentos externos das paredes. Em uma volta pelas ruas da capital, repare que as composições com pequenas peças cobrem as fachadas de prédios da década de 60 em diante, enquanto construções mais antigas recebiam apenas pintura. Menos por modismo, mais pelas características climáticas da região.
O material tem maior resistência a intempéries e propicia maior conforto térmico, porque absorve menos água e tem uma espessura maior do que a superfície que recebe apenas pintura. Apesar de o mercado oferecer novidades em materiais, como vidro, resina, madeira e inox, a pastilha de porcelana e cerâmica é a mais indicada para as fachadas. A porcelana, porém, leva a preferência no que diz respeito à qualidade e durabilidade. Pas-tilhas de outros materiais costumam ser mais indicadas para uso em decoração, como paredes de banheiro e cozinha ou painéis, por exemplo.
“A pastilha de porcelana tem maior grau de resistência, suporta muito bem a umidade em comparação com a cerâmica”, avalia o arquiteto Frederico Carstens, da Realiza Arquitetura. “Com o tempo, a cerâmica desbota”, complementa a arquiteta Regina Valcanaia, da Hestia Construções e Empreendimentos. Por essas características, a pastilha de porcelana é mais cara. Enquanto o metro quadrado de determinado modelo de pastilha de porcelana custa uma média de R$ 35, a mesma metragem da pastilha de cerâmica semelhante é vendida por cerca de R$ 25.
Destaque
O uso de pastilhas nas fachadas não somente imprime características contemporâneas para a arquitetura, mas valoriza os empreendimentos financeira e esteticamente. É um material rico, destaca Carstens. “A diversidade é imensa. Há as pastilhas rústicas, as lisas, com brilho e sem. A fachada é uma grande escultura e as pastilhas realçam suas formas”, diz.
O arquiteto José Luiz Smolka destaca, no entanto, que é difícil ter a fachada de uma edificação inteiramente com pastilhas, assim como totalmente texturizada. Em seus projetos, ele prefere apostar nas pastilhas para elementos-chave, como uma varanda. “A textura não admite cores fortes, apenas tons claros, se não desbota completamente em um ou dois anos. Se preciso utilizar um tom mais intenso, trabalho com pastilha para o local”, explica Smolka.
Na decoração, destaque para áreas molhadas
Ao contrário do que ocorre com as fachadas das construções, o uso de pastilhas em ambientes internos é recente. Normalmente elas decoram áreas molhadas de cozinha, lavanderia e banheiro, desde peças de plástico até as banhadas a ouro. A principal função é proteger as paredes de infiltrações, afirma o arquiteto Filipe Bender Almeida, da Bender Arquitetura & Asso-ciados. “Com o passar do tempo, a parede somente com pintura descasca.”
Esteticamente, ela também destaca determinados espaços e valoriza o ambiente, comenta o profissional. “A pastilha dá um movimento que a tinta não oferece. É possível conseguir a sensação de ampliação em áreas cada vez menores, destacando-as com pastilhas de cores claras”. Almeida sugere peças de, no máximo, 5x5 centímetros para os detalhes internos. “É um tamanho razoável. Se for muito grande, como é para fachadas de edifícios, descaracteriza o produto, que ficará muito semelhante ao azulejo e não dará o destaque pretendido”, explica o arquiteto.
Novidade
As pastilhas para decoração de ambientes internos ganharam novo material, o vidro. Agora os efeitos são a novidade do mercado, como furtacor, glitter e textura metalizada. “São produtos novos, mais decorativos, para pequenas áreas, como detalhes, embora mantenham a função técnica de proteger o reboco da parede e impermeabilizar”, destaca o sócio-proprietário da Pastilhart Revestimentos Fabio Pacheco.
Um dos novos produtos mais interessantes, aponta Pacheco, são as pastilhas de alumínio, chamadas de autosserviço. Cada peça mede 2,5 por 2,5 centímentros e o próprio morador pode aplicar as placas, dispensando pedreiro, argamassa e rejunte. “Ela é auto-colante e muito resistente. Pode ser aplicada sobre várias superfícies, como azulejo, vidro e revestimentos de porta”, diz.
Última modificação em 18/08/2011