Quarta-feira, 01 de agosto de 2012
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Categoria não deve fazer novas manifestações nos próximos 30 dias, enquanto negocia
Diferentemente do que ocorreu nos últimos sete dias, quando caminhoneiros bloquearam diversos pontos de estradas paranaenses, os usuários das rodovias que cruzam o estado trafegam normalmente pelas vias na manhã desta quarta-feira (1º). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), não havia nenhum ponto de interdição nas estradas do Paraná. Na terça-feira (31), o governo federal e líderes dos caminhoneiros fecharam um acordo, colocando fim às manifestações.
Segundo o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), a categoria deve deixar de fazer piquetes nas estradas pelo menos pelos próximos 30 dias. “Com o acordo, foi as manifestações foram desmobilizadas. Vamos entrar num período de negociações, para resolver esses impasses”, disse o presidente do MUBC, Nélio Botelho.
O principal dos “impasses” a que ele se refere – e que motivou a greve – é uma resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que limitou a jornada de trabalho a 10 horas para os contratados e a 12 horas para os autônomos. Outra exigência são intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e um repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas.
Segundo os caminhoneiros, não há infraestrutura na malha rodoviária do país para que a determinação seja cumprida. A principal preocupação é com relação a segurança dos motoristas. “Não há pontos de parada. Tem estradas que sequer têm acostamentos. O caminhoneiro não pode simplesmente estacionar no meio do nada, sem banheiro, sem água, se não há estrutura para isso”, avalia Botelho.
Para acabar chegar ao acordo, o governo decidiu flexibilizar a fiscalização: nos próximos 30 dias, os caminhoneiros que descumprirem a nova norma da ANTT não serão multados. Serão feitas apenas fiscalizações educativas. Enquanto isso, as lideranças dos caminhoneiros continuam negociando com o governo. O próximo encontro está marcado para o dia 8 de agosto.
“Vamos ver com o [Palácio do] Planalto se têm condições de editar uma MP [medida provisória] para suspender essa lei [que determina a nova jornada de trabalho] até que se tenha condições de cumprir a norma”, disse Botelho.
Os outros dois pontos que o governo atendeu foram: a paralisação de novos registros para transportadores; e a igualdade de condições entre pequenos e grandes transportadores na hora de fazer o registro eletrônico do pagamento dos fretes.
A greve
A paralisação dos caminhoneiros começou em 25 de julho. Desde o primeiro dia de greve, houve manifestações e bloqueios nas estradas do Paraná, tanto em rodovias federais quanto em estaduais. Em alguns pontos, foram registrados atos de vandalismo, com apedrejamento de caminhões que se recusavam a parar nos piquetes. O caso mais grave ocorreu em Mamboré, onde um manifestante morreu, após ter sido atropelado por um ônibus de turismo. Na terça-feira (31), houve cerca de 25 pontos de interdição em rodovias do Paraná
Fonte: gazeta