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Otimistas, empresas investirão mais

Terça-feira, 04 de dezembro de 2012

Última Modificação: 05/11/2018 14:15:00


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Sondagem da Paraná Pesquisas aponta que 73% do empresariado do estado espera crescer em 2013. Investimento também será maior que em anos anteriores

Depois de um ano de crescimento baixo, as empresas estão retomando o otimismo para 2013. Segundo levantamento da Paraná Pesquisas realizado com exclusividade para a Gazeta do Povo, 73% das empresas do estado preveem que haverá crescimento no próximo ano, contra 68% no ano passado. O índice ainda está inferior a 2009 e 2010, mas indica uma mudança de ânimo do empresariado. A percepção geral é que o peso da crise internacional será menor, as exportações vão reagir e as empresas estão prontas para voltar a pisar no acelerador na área de investimentos.

Entre as empresas, 46% disseram que vão investir mais, o maior índice desde 2010, porcentual semelhante aos que afirmam que vão contratar mais empregados em 2013. Na pesquisa anterior, 36% das empresas disseram que iam aumentar seus quadros. Quase um terço das empresas ouvidas na sondagem desse ano vai abrir entre 50 e 100 novas vagas, o maior número desde 2010 (14,29%). Quase 80% preveem aumento de faturamento.

Segundo Marcos Quin­tanilha, sócio-líder da consultoria Ernst &Young para o Paraná e Santa Catarina, a percepção do empresariado é que os investimentos tendem a deslanchar a partir do próximo ano, puxados pelas obras de infraestrutura. “Os projetos terão de ser colocados em prática para a Copa e as Olimpíadas. E eles têm um efeito multiplicador na economia ”, diz.

O aumento da cotação do dólar também melhorou o cenário para os exportadores. Cerca de 44% afirmam que vão aumentar as vendas externas em 2013, contra 42,86% na edição anterior da pesquisa. O destaque é que houve uma redução significativa entre aqueles que dizem que as exportações vão encolher – de 14,29% na pesquisa do ano passado, para 4% nesse ano.

Após um ano marcado por baixo crescimento, inadimplência em alta, restrições de crédito e baixa produção industrial, as empresas esperam que uma retomada do crescimento da economia em 2013 – as projeções iniciais projetam um avanço de 4%. “Não há euforia, mas alguns fatores devem beneficiar a indústria em 2013. Além do bom desempenho da agricultura, que tem forte influência sobre outros setores, o dólar mais alto e as desonerações que o governo promoveu devem surtir efeito positivo”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo.

Dólar deixa de ser grande preocupação

A recente estabilidade na cotação do dólar, na casa dos R$ 2, agradou o empresariado. A sondagem da Paraná Pesquisas mostra que apenas 2,7% dos entrevistados consideram a taxa de câmbio como o problema mais crítico – contra 22,37% em 2011.

E o câmbio mais favorável também começa a influenciar as exportações. A fabricante de papel-cartão Ibema, com fábrica em Turvo, na região central do Paraná, elevou a participação das vendas externas na produção de 25%, em 2011, para 30% em 2012, com destino à Europa e à América do Sul. “O aumento da cotação do dólar elevou os nossas margens e nos permitiu ampliar negócios. Ao mesmo tempo ajudou a amenizar o mercado interno mais fraco”, diz Clecio Chiamulera, diretor financeiro e administrativo da companhia. A empresa abre um centro de distribuição na Espanha em 2013. Chiamulera, no entanto, é mais conservador nas previsões para 2013. “Não vejo uma mudança tão expressiva. Vamos crescer porque lançamos novos produtos e investimos R$ 25 milhões entre 2010 e 2012 e não porque o setor como um todo vai avançar”. A Ibema prevê faturar R$ 300 milhões em 2013, 20% mais que neste ano.

Crise reduz influência sobre cenário de 2013

O otimismo é reforçado porque 62% dos entrevistados dizem não terem sentido diretamente os efeitos da crise nos seus negócios em 2012, embora a maioria acredite que o cenário na Europa não será revertido no curto prazo. Para 2013, apenas 36% esperam que a crise internacional provoque algum estrago nos seus negócios – no ano passado, quando perguntados sobre os efeitos dos problemas na Europa e nos Estados Unidos 59% previam que em 2012 a crise “chegaria” ao país.

Para Lucas Dezordi, coordenador de Economia da Universidade Positivo, uma boa notícia é a intenção do governo dos Estados Unidos de fazer um ajuste fiscal gradual e, portanto, com impacto mais suave sobre o comércio internacional. No mercado interno, o governo, com o resultado fraco de 2012, também deve renovar os estímulos fiscais concedidos aos setores de linha branca e automóveis pelo menos no primeiro trimestre. “O crédito para pessoa física também deve continuar a crescer, com avanço entre 9% e 10%. O crédito como um todo deve avançar 20%”, diz.

Fonte: gazeta

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