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Tabela nutricional chega aos 20 anos precisando evoluir

Segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Última Modificação: 05/11/2018 14:13:49


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Obrigatoriedade de informações no rótulo surgiu nos EUA, e 10 anos depois foi introduzida no Brasil. Nutricionistas, no entanto, cobram melhorias

Há 20 anos, quem fosse ao mercado em busca do melhor alimento para a dieta, para o lanche do filho e para evitar o agravamento de uma doença não teria a mínima ideia de quais produtos seriam os mais adequados. As informações nutricionais que hoje estão expostas nos rótulos das embalagens de comidas e bebidas apareceram em 1993, após o FDA (Federal Drug Administration), agência norte-americana que regula a área, torná-las obrigatórias.

Dez anos mais tarde, a Agência Nacional de Vigi­­lân­­cia Sanitária (Anvisa) determinou que as informações básicas deveriam constar nos rótulos de produtos alimentícios vendidos no Brasil, estendendo, tempo depois, a exigência para chás, bebidas alcóolicas e água mineral. Foi nesta época que a obrigação de se estampar o prazo de validade também se fortaleceu.

“A rotulagem foi um grande benefício, que surgiu por causa do aumento do número de doenças ligadas ao grande consumo de produtos industrializados e de redes de fast-food, como diabetes, problemas cardíacos e obesidade. E gerou grande interesse do público em saber mais sobre o que ele está consumindo”, diz a coordenadora do Serviço de Nutrição do Hospital Nossa Senhora das Graças, Rosangela Teodorovicz.

Com a informação em mãos, foi possível aprimorar o trabalho dos nutricionistas, como lembra a professora do curso de Nutrição da UniBrasil Cynthia Passoni. Com dados sobre o que o paciente estava consumindo, conseguiu-se­­­­ aperfeiçoar a prescrição de dietas e entender melhor o que o brasileiro estava comendo. “Até mesmo as empresas passaram a se beneficiar, usando a tabela para fazer propaganda das propriedades nutricionais de um alimento”, comenta a professora.

Melhorias

De acordo com os especialistas, a maioria dos produtos segue a legislação, mas ainda não há educação nutricional suficiente para que as pessoas entendam o que está escrito ali, e de que forma a composição interfere na segurança alimentar. “Faltam campanhas para explicar a diferença entre light e diet, por exemplo. E nem sempre o consumo diário real da pessoa é levado em consideração na hora de fazer o cálculo das porcentagens de nutrientes”, diz a professora do curso de Nutrição da Universidade Positivo Telma Souza e Silva Gebara.

Com base nas informações presentes na tabela, as profissionais elencaram alguns critérios que precisam ser analisados na hora de se comprar um produto. Confira também as principais melhorias que são exigidas pelos nutrionistas para aprimorar a comunicação dos rótulos:

Colesterol

Muitos óleos vegetais apregoam ser livres de colesterol, e cobram um valor a mais por esse suposto diferencial. Porém, todo e qualquer óleo vegetal é livre de colesterol, o que não justifica a propaganda com um viés de exclusividade nem o aumento no preço. O mesmo vale para iogurtes e leite que dizem ser “ricos em cálcio”, pois todos os lácteos contém cálcio.

Diet

Se um alimento é diet, significa que há a isenção de algum nutriente que está presente na receita original. Nem sempre esse nutriente é o carboidrato (açúcar), como muitos imaginam. Pode ser que a isenção seja de sódio (sal) ou gordura. Há casos em que um consumidor diabético opta por um chocolate diet sem açúcar, mas esses produtos em geral possuem mais sódio ou gordura. Se a diabete estiver associada a uma pressão alta ou obesidade, o risco para a saúde é grande.

Light

Os produtos light são aqueles que reduzem a quantidade de um nutriente em relação ao original – por exemplo, um produto que contenha 25% menos açúcar ou sódio. É preciso cuidado também nestes casos, pois um requeijão, por exemplo, pode conter menos gordura, mas compensar com mais carboidrato para não perder o aspecto cremoso, o que é um risco camuflado para diabéticos.

O que precisa mudar

Letras miúdas

Os idosos são os que mais se preocupam em ler os rótulos dos alimentos. Uma vez que a idade avançada costuma ser acompanhada de problemas de saúde, como pressão alta e diabete, o cuidado com a alimentação aumenta. Porém, as letras miúdas aliadas a problemas de baixa visão impedem que os mais velhos exerçam o direito à informação nutricional.

Falta de padronização

Termos como ‘quantidade de calorias’ e ‘valor energético’ significam a mesma coisa, mas ainda há quem não tenha esse conhecimento, o que exige que os termos técnicos sejam padronizados para evitar confusões.

Tamanho

A legislação isenta embalagens menores de 10cm² de trazer as informações nutricionais no rótulo, desde que o pacote maior no qual foram embaladas traga esses dados. O ideal seria que essas informações ficassem em um local visível ou à disposição do consumidor para checagem, o que hoje não acontece.

Porções

Os nutricionistas também exigem que a quantidade dos nutrientes seja calculada em gramas – 100g, por exemplo – e não por meio de parâmetros variáveis como uma colher de chá, de sopa, uma xícara ou uma unidade.

O que não pode faltar

Confira as informações básicas que devem constar em qualquer rótulo –­­­­­ ­­se­ja de bebidas ou alimentos:

• Proteínas

• Carboidratos

• Gorduras Totais

• Gorduras Saturadas

• Gordura Trans

• Fibra Alimentar

• Sódio

Deve ficar clara a quantidade de cada nutriente em gramas e a quanto, em porcentagem, corresponde esta quantidade numa refeição diária de, por exemplo, 2 mil kcal.

Fontes: Cynthia Passoni (UniBrasil); Rosangela Teodorovicz (Hospital Nossa Senhora das Graças) e Telma Souza e Silva Gebara (Universidade Positivo); Anvisa

Fonte: gazeta

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