Quinta-feira, 09 de maio de 2013
Última Modificação: 05/11/2018 13:47:25
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Embora o acumulado de 12 meses tenha recuado para menos de 6,5%, IPCA de abril veio mais forte que o esperado
A inflação voltou a se situar abaixo do teto da meta fixada pelo governo – entre 4,5% e 6,5% –, acumulando alta de 6,49% em 12 meses até abril. Para o mercado, no entanto, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês passado não agradou.
“O elefante permanece solidamente na sala de estar, com a inflação flertando com o limite superior da meta”, avaliou o economista e sócio da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman.
A alta de preços de abril, de 0,55%, superou a estimativa média dos analistas, de 0,48%. A maioria dos economistas esperava que os alimentos ajudassem mais a conter a inflação do que ocorreu de fato. Na passagem de março para abril, a inflação do grupo passou de 1,14% para 0,96%.
“Esperávamos que o grupo cedesse mais por conta da dissipação do choque agrícola, ocorrido em meados de 2012, e da desoneração da cesta básica, anunciada no final de março”, informou o economista-chefe do banco Bradesco, Octavio de Barros, em relatório.
Deflação
A notícia que mais provocou reação positiva do mercado na divulgação feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi a perspectiva de continuidade do processo de retração dos preços dos alimentos, comportamento captado pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Este indicador apontou deflação dos preços agrícolas no atacado, e a expectativa é que essa queda alcance gradativamente o varejo e se reflita no IPCA dos meses seguintes.
A inflação deverá perder força em decorrência da safra recorde deste ano e do fim do período de entressafra das hortaliças, frutas e legumes. Além disso, os remédios – item que, isoladamente, mais influenciou o IPCA em abril – não deverão surtir o mesmo efeito daqui para frente. A alta de preços dos medicamentos, de 2,99% em abril, refletiu o reajuste autorizado dos preços em 31 de março, de 2,70% a 6,31%.
Fonte: gazeta