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Solidariedade sem fronteiras

Quinta-feira, 23 de maio de 2013

Última Modificação: 05/11/2018 14:07:53


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Sair da zona de conforto. Encontrar uma realidade totalmente nova. Descobrir um país como um cidadão, e não como turista. E o mais importante: fazer a diferença na vida de pessoas e comunidades que sofrem com conflitos armados, desastres naturais e epidemias. Assim poderia ser descrita, de forma resumida, a experiência de voluntários e profissionais que realizam trabalhos sociais e humanitários no exterior. São pessoas de diversas idades, remunerados ou não, que voltam para o Brasil com outro olhar sobre si mesmos, seu país e o povo que visitaram. Confira a história de alguns deles:

Voluntário profissional

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) tem cem profissionais brasileiros em atividade nas áreas da Saúde, Logística, Engenharia e Arquitetura em locais como Palestina, Haiti e Afeganistão. Os profissionais do MSF não realizam trabalho voluntário: todos são remunerados, já que a dedicação é exclusiva. O objetivo é valorizar pessoas que abrem mão do conforto e do convívio em família para realizar o trabalho. Para atuar na MSF, é preciso, além de domínio do inglês e francês, ter formação superior e experiência de dois anos. “É preciso alto nível de flexibilidade, adaptabilidade e sociabilidade. A rotina pode mudar a qualquer momento e será preciso gerenciar pessoas e lidar com situações delicadas”, explica a psicóloga Vanessa Monteiro Cardoso, responsável pela seleção dos candidatos brasileiros.

Desde 2009, quando ingressou na organização, Vanessa realizou três missões – em Gaza, na Líbia e no Sudão do Sul. O desejo de entrar para o MSF surgiu aos 11 anos, quando conheceu o trabalho dos médicos na guerra civil angolana por meio de um talkshow na tevê. Mas Vanessa não foi aprovada no teste na primeira vez, já que não tinha experiência com populações vulneráveis. Então ela foi para os Estados Unidos fazer um curso e, por conta própria, partiu para a África do Sul para realizar trabalho voluntário. Quando voltou, foi aprovada.

Malabarismos na Indonésia

O estudante Matheus Ferri (foto acima), de 20 anos, optou pelo trabalho social em um país totalmente diferente do Brasil que o permitisse aprimorar o inglês. Mas Matheus não queria uma mera experiência turística. O local escolhido foi Jacarta, na Indonésia, país asiático de maioria muçulmana. A desigualdade o surpreendeu permanentemente durante os dois meses e meio de viagem. “O choque cultural existe desde o momento em que você chega até o momento em que você vai embora. Aprendi muito com isso”, diz. Matheus dava aulas de inglês e de circo para crianças e jovens de 4 a 18 anos. Ele foi ganhando a confiança dos alunos aos poucos e os ajudava com o dever de casa, principalmente os de matemática. Na casa da família muçulmana que o hospedou, abriu mão de coisas básicas como internet wi-fi e ar condicionado. “A desigualdade social é muito grande. Há esgoto a céu aberto entre as casas e a rua. As casas da vila tinham um cômodo só, as pessoas preparavam os alimentos no mesmo local onde faziam as necessidades, tudo era bem precário. São situações que fazem você rever até mesmo a opinião sobre o teu país e sobre a tua realidade”.

30 graus abaixo de zero

Ao decidir realizar trabalho social em outro país pela Aiesec de Curitiba – associação que possibilita o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens estudantes –, Adele Cagnato Conte (foto), de 20 anos, optou por um país frio e cuja língua não lembra nem de longe o português. Entre janeiro e abril deste ano, ela trabalhou em dois projetos na cidade de Tonsk, na Sibéria (região da Rússia), um deles em um orfanato e outro em uma escola. Sob uma temperatura que pode chegar a -30°C, Adele ensinou crianças órfãs a dançar forró e samba. Também foi desafiada a tratar de temas que afligem constantemente os jovens, como vício em cigarro e álcool. A jovem usou muita conversa para lidar com problemas como agressividade e o uso de palavrões. Na escola, deu aulas sobre bullying, tribos urbanas brasileiras, choque cultural, além de, claro, falar sobre futebol. “Me surpreendi com o conhecimento deles sobre o Brasil. E também com a receptividade dos russos. Voltei mais reflexiva, aprendi muito e estou mais disposta a trabalhar na Aiesec ajudando outras pessoas a ter a mesma experiência”, diz Adele, que quer fazer outro intercâmbio social em breve.

 

Fonte: gazeta

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