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Papa Francisco critica sistema econ?mico que tem o dinheiro como ?dolo

Segunda-feira, 23 de setembro de 2013

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Em visita a uma ilha na Itália, Pontífice mostrou preocupação com o desemprego, especialmente entre os jovens, e pediu que todos tenham coragem


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O papa Francisco atacou neste domingo o sistema econômico em vigor no mundo que tem como "ídolo o dinheiro", durante um encontro em Cagliari, capital da Sardenha, ilha no litoral da Itália, com desempregados e empresários afetados pela crise econômica que atinge a Itália.

— Vamos lutar todos juntos contra o ídolo dinheiro, contra um sistema sem ética, injusto, no qual o dinheiro manda — afirmou, arrancando aplausos e lágrimas dos presentes.

A dura condenação do Papa foi pronunciada pouco depois de sua chegada à ilha, onde foi acolhido por centenas de pessoas reunidas ao longo do percurso decorado com bandeiras com as cores do Vaticano (branco e amarelo), assim como da Argentina e da Sardenha. A visita de Francisco à ilha italiana foi programada em maio pelo próprio Papa para homenagear a Virgem de Bonária, padroeira da Sardenha, que deu origem ao nome de sua cidade natal, Buenos Aires.

Depois de percorrer as avenidas que conduzem ao centro de Cagliari, onde centenas de pessoas se reuniam, o Papa se encontrou em um palco externo instalado em frente ao porto com representantes do mundo do trabalho, entre eles um trabalhador desempregado, uma empresária em crise e um agricultor.

— Aos jovens desempregados, aos que têm um emprego precário, aos empresários e comerciantes com problemas para seguir adiante, expresso minha solidariedade — disse. — É uma realidade que conheço bem pela experiência que tive na Argentina. Por isso digo a vocês: coragem! Temos que encarar este desafio histórico com solidariedade e inteligência — acrescentou.

Abandonando o discurso preparado, o Papa contou os sofrimentos de sua família, que emigrou para a Argentina no início do século 20. Durante o encontro, o pontífice também lembrou sua primeira visita, no início de julho, a uma outra ilha italiana, a siciliana Lampedusa, para dar alívio e consolo aos imigrantes ilegais que atravessam o Mar Mediterrâneo em embarcações precárias.

— Mas aqui também vejo sofrimento — reconheceu, ao se referir à crise econômica da Sardenha, marcada por um alto nível de desemprego, que alcança 18% e afeta, sobretudo, os jovens.

Segundo o Papa, "onde não há trabalho falta a dignidade" e a situação que se vive atualmente é consequência do sistema econômico mundial.

— Para defender este sistema idólatra, provocam a queda dos extremos mais frágeis, os idosos, que não têm um lugar nesse mundo. Trata-se de uma eutanásia escondida. Também caem os jovens, que não encontram sua dignidade — disse.

Ao término do encontro, o Papa visitou a igreja de Nossa Senhora da Bonária e presidiu uma missa em frente ao santuário, pronunciando o tradicional Angelus dominical diante de 350 mil pessoas, segundo a emissora local, enquanto a diocese falava de 100 mil fiéis.

Fonte: Agência Brasil

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