Quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Última Modificação: 05/11/2018 14:03:06
Financiamento e análise de crédito dependem de agências, diz especialista. Empresas devem dar condição de pagamento e atraso deve ser negociado.
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A greve dos bancários, iniciada na última quinta-feira, pode causar alguns transtornos ao consumidor que precisa de serviços bancários. Alguns serviços bancários podem ser realizados em canais alternativos, mas outros dependem das agências ou do trabalho dos funcionários e podem sofrer atrasos, por isso é importante o consumidor saber como agir dependendo do que precisa
Na terça, pelo menos 9.665 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal ficaram fechados, segundo balanço divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). O número equivale a 44,9% das agências do país, segundo dados da Federação Brasileira dos Bancos (Fenaban).
Transferências e saques de maior valor, financiamentos e outros serviços que dependem de análise de crédito só podem ser feitos em agências, o que faz com que o consumidor tenha de esperar o retorno do bancário. Outro serviço que pode ter demora é a compensação de dinheiro, cheques, documentos e títulos, já que dependem do trabalho dos funcionários do setor.
Os saques e as transferências têm valor limitado nos caixas eletrônicos. Nos caixas eletrônicos, é possível sacar no máximo R$ 300 à noite e durante o dia o valor varia de acordo com o banco. As transferências são limitadas a partir de R$ 1.000 para TED (a transferência cai no mesmo dia) e R$ 5.000 para DOC. Não há uma norma que estabeleça os valores máximos e mínimos, por isso o cliente deve consultar o seu banco.
Nos correspondentes bancários, o saque de benefícios (como Bolsa família, INSS, FGTS, seguro desemprego, PIS) é limitado à R$ 1.000 ou três transações diárias. Os depósitos em conta corrente ou poupança também têm o mesmo limite.
Negociação
Quando não há alternativa, a orientação é que o consumidor negocie para não ser prejudicado. Se for impossível pagar uma conta por canais alternativos, é preciso procurar a empresa credora para negociar e buscar formas alternativas de pagamento.
“Recebemos várias ligações de consumidores que não conseguem pagar contas, mas a greve faz parte do risco do negócio, e as empresas têm de adotar um plano B”, diz o coordenador do Procon de Mogi das Cruzes e advogado especialista em direito do consumidor, Dori Boucault.
Ao ligar para a empresa e buscar orientações sobre os pagamentos, deve-se anotar o nome do atendente e, quando houver, um protocolo de atendimento. Com estes dados, é possível buscar algum ressarcimento. “Como vou pagar juros, se não me dão canais alternativos para pagar?”, questiona.
Fonte: G1