Segunda-feira, 30 de setembro de 2013
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Luciane Hoepers, foi indiciada por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e formação de quadrilha
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A modelo joinvilense Luciane Lauzimar Hoepers, 33 anos, suspeita de participar de uma quadrilha que fraudava fundos de pensão, deu entrevista ao Fantástico, da Rede Globo. O programa foi ao ar na noite deste domingo, dia 29.
Questionada pelo repórter Vladimir Netto sobre o aliciamento de prefeitos, a catarinense alegou “sensacionalismo” criado em cima das meninas que eram contratadas.
— Sempre foram quatro meninas bonitas que trabalhavam aqui, mas em nenhum momento houve intuito de aliciamento de prefeito, ou objetivo de seduzir ou abrir portas para prefeitos — disse Luciane.
A modelo confirmou que a beleza facilitava o contato das meninas com os prefeitos, mas que nas reuniões só apresentavam propostas de investimentos financeiros da empresa. Luciane disse ainda que nem ela e nem a outras mulheres tentavam seduzir os prefeitos.
— Só porque eu sou uma mulher bonita sou condenada a ser prostituta? — disse.
Ainda na entrevista, Luciane negou que a quadrilha pagasse propinas para os prefeitos.
— Não era pagamento de propina alguma. O que acontecia é que a gente recebia a corretagem da venda — disse.
Luciane foi indiciada por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e formação de quadrilha e ficou presa temporariamente por cinco dias. A Polícia Federal segue as investigações e não descarta novas prisões.
Luciane participou de diversos ensaios sensuais e foi eleita Bela do Avaí em 2012.
Como funcionava o esquema
A Polícia Federal deflagrou a Operação Miquéias, com o intuito de prender os envolvidos em duas organizações criminosas que agiam no Distrito Federal e em mais nove Estados do país. Os envolvidos são acusados de desviar mais de R$ 50 milhões de fundos de pensão de servidores de prefeituras e governos estaduais para empresas de fachada, criadas por laranjas. Desde quinta-feira, 20 pessoas foram presas.
O esquema iniciava com a abordagem de prefeitos e gestores de fundos de pensão por representantes de uma empresa de consultoria financeira. O intuito era que os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) dos municípios — formados por constribuições de servidores municipais e estaduais — fossem aplicados nos fundos indicados pela empresa coordenada pela quadrilha. Os prefeitos e gestores recebiam benefícios, como parte da verba investida nos fundos.
Nomes de laranjas eram usados para abrir empresas. Eles abriam contas em diversos bancos e recebiam os recursos dos RPPS. Os valores eram sacados em espécie. Segundo a Polícia Federal, foram sacados mais de R$ 300 milhões em um ano e meio. Quando os órgãos de fiscalização ficavam atentos às transações, as empresas eram descartadas e novas surgiam no mercado. A quadrilha formou mais de 30 empresa e contou com 35 laranjas. Os prejuízos nos fundos de pensão chegaram a R$ 50 milhões.
Os Estados que tiveram ações da Polícia Federal foram Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Minas Gerais e São Paulo. Dentre os veículos apreendidos, 10 são avaliados em mais de R$ 500 mil cada.
Fonte: ClicRBS