Terça-feira, 29 de outubro de 2013
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Alimentação oferecida em escolas de Apucarana é avaliada pelo movimento Ação Fome Zero. Município foi o único paranaense a ser selecionado para a final do concurso
Apucarana, no Norte do estado, é o único município paranaense a concorrer neste ano ao prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar. A premiação é uma iniciativa da Ação Fome Zero, Oscip que recebeu nesta edição 889 inscrições de todo o Brasil. Cinquenta e quatro cidades foram selecionadas como finalistas e, assim como Apucarana, estão tendo as refeições que oferecem aos estudantes analisadas por representantes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A cerimônia com os vencedores ocorrerá no dia 9 de dezembro, em Brasília.
A diretora-executiva da Ação Fome Zero, Maria de Fátima Menezes, explica que a proposta do prêmio é garantir que os recursos públicos destinados à alimentação escolar sejam efetivamente gastos em alimentação de qualidade. Isso, avalia, é fundamental para garantir o desenvolvimento físico e intelectual dos alunos. “A escola hoje é o melhor espaço para que a criança aprenda a comer; não é mais em casa. Por isso, focamos na alimentação saudável e no estímulo à ingestão de produtos naturais e sem processamento”, diz.
Fátima recorda que a merenda de Apucarana já se destacou em outras edições do prêmio – a cidade foi uma das vencedoras em 2005 –, em especial, pelo fato de servir três refeições por dia aos alunos da rede pública. A prática, estimulada pela implantação do ensino integral na cidade, ainda ocorre. “Na época, eles usavam uma verdura pouco conhecida no cardápio escolar, a ora-pro-nóbis”, comenta ela, ao observar que, além das estratégias para usar os recursos da merenda, as cidades também serão avaliadas por projetos de educação nutricional, participação social na alimentação escolar, desempenho administrativo-financeiro e ações para uma melhor atuação das merendeiras.
Gestão
Em Apucarana, 10,6 mil crianças da rede municipal recebem a merenda gerida pela prefeitura. Cerca de 8 mil estão em 33 escolas de turno integral, enquanto o restante é atendido em 23 centros municipais de educação infantil (CMEIs). Duas nutricionistas são responsáveis pela produção e acompanhamento do cardápio. “Acabamos usando mais do que os 30% exigidos na verba da merenda com alimentos vindos de produtores rurais. Procuramos diversificar bastante e eles [os alunos] estão gostando”, afirma o secretário municipal de Educação, Fernando José de Freitas.
O secretário acrescenta que, ao menos uma vez por mês, novos produtos passam a fazer parte do cardápio das escolas. É o caso do iogurte, gelatina e flocos de milho com sabor chocolate. As novidades costumam ser baseadas em pesquisas junto à criançada. Um software desenvolvido para a área tem ajudado ainda a informar ao depósito de merenda da prefeitura o que está acabando e precisa ser reposto.
Trabalho
Município aposta em cardápio balanceado para nutrir a criançada
Um cardápio balanceado em quantidade e qualidade. Essa é a receita de Apucarana para garantir a seleção na final do prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, comenta a nutricionista da rede municipal Jaqueline de Oliveira. “Montamos o cardápio em cima da nossa cultura regional e os produtos que temos na estação. Isso inclui frutas como banana, laranja, abacate e maracujá, por exemplo. Oferecemos de formas diversificadas, como fruta, vitamina e bolo”, relata.
Ela observa que, ao mesmo tempo, a prefeitura tem apostado em verduras frescas e na apresentação de temperos naturais, como folha de louro, orégano e canela em pau. Nas escolas em tempo integral, são três refeições diárias – almoço e dois lanches. Já nos CMEIs, os alunos têm um lanche a mais. “Os almoços sempre têm arroz branco, feijão, uma proteína, uma salada crua, um legume cozido e uma guarnição, como macarrão, torta salgada ou purê de batatas”, diz a nutricionista.
Variedade
A sobremesa fica por conta das frutas da estação, embora nos CMEIs haja a opção de pudim. A aprovação de cada alimento, assinala a profissional, muda ainda de acordo com a região da cidade. “Em algumas escolas, as crianças gostam mais de estrogonofe, em outras, quibe assado”, exemplifica.
Segundo Jaqueline, a composição da cor do prato e dos horários de cada lanche também são uma preocupação na hora de elaborar o que os pequenos vão comer. Ela antecipa que já há projetos em estudo para medir, a partir de 2014, os resultados obtidos com a merenda oferecida.
Fonte: gazeta