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O fim da picada

Sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:57:12


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Com o calor, mosquitos sedentos são um pequeno martírio, devido às coceiras e possíveis inchaços. Conheça o “inimigo” de perto e aprenda a se proteger

Aquele zunzunzum no ouvido incomoda, não é? Mas é a picada dos mosquitos – e seus efeitos – que desagradam mais. As bolinhas marcadas na pele e a coceira denunciam: você foi mais uma vítima de um pernilongo sedento.

E é no verão que eles se atiçam. O calor e o excesso de chuva são perfeitos para que esses insetos se reproduzam com mais frequência, o que faz com que aumente o número de “ataques”.

A bióloga Sirlei Antunes Morais, especialista em Entomologia Médica e doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP, ressalta que nesse período há maior quantidade de criadouros com água parada, na temperatura adequada. “Os adultos encontram maior quantidade de alimento e abrigo sobre a vegetação que está mais robusta no verão”, explica.

Esses ‘inimigos’ que sugam nosso sangue estão por toda parte. Na cidade, o mosquito mais comum é o pernilongo, principalmente o da espécie quinquefasciatus, que costuma picar no fim da tarde e à noite. Também não dá para ignorar o Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, e que costuma atacar de dia. Já na praia e em localidades rurais, além dos pernilongos, é mais fácil encontrar os os simulídeos, que são conhecidos popularmente como borrachudos, e também moscas que se alimentam de sangue, as temidas mutucas (ou seriam butucas)?

Para nos livrarmos deles, quase topamos qualquer parada. Lançamos mão de sprays e pastilhas de veneno, repelentes para o corpo, óleo de citronela. Nem sempre funciona, mas não custa nada tentar.

Para Juliano Ribeiro, coordenador do Centro de Zoonoses de Curitiba, antes de tentar exterminar esses mosquitos na fase adulta, o ideal é evitar criadouros no entorno das casas. “Eles têm ovos muito resistentes. O mosquito da dengue deposita ovos esse ano e eles podem eclodir só no ano que vem”, esclarece. Para evitá-los, a orientação é manter o quintal limpo e evitar acumular água em recipientes abertos.

“Ficar doce” pode ser um perigo

Há quem diga que os mosquitos são atraídos pelo sangue doce de algumas pessoas. Se isso tem algum fundo de verdade, a ciência não sabe. Tampouco porque alguns são mais picados que outros. A médica alergologista Loraine Land Graf, do Hospital Vita Batel, lembra que alguns odores doces acabam atraindo os insetos. “Se a pessoa usa muito perfume, spray de cabelo, acaba atraindo os mosquitos”, fala.

Para se livrar dos inimigos, os principais produtos que usamos são os venenos químicos, repelentes para o corpo e o óleo de citronela. “Desde que a pessoa não tenha alergia, pode usar repelente tópico que ajuda bastante”, diz Loraine. O odor desses produtos afasta os insetos, mas também pode ser desconfortável para quem usa, devido ao cheiro.

Outra opção são os produtos em aerossol. Eles são venenos químicos que literalmente exterminam os mosquitos que estão em um determinado ambiente. Já as pastilhas, que se usam naqueles aparelhos que precisam ser colocados na tomada, funcionam a partir do mesmo princípio da citronela: elas liberam um odor que confunde a sensibilidade olfativa do mosquito, afugentando-os. “Para a fabricação do produto a base de citronela, são necessárias altas concentrações para que seja eficiente como repelente, tornando inviável a sua produção comercial”, pondera a bióloga Sirlei Antunes Morais.

O coordenador do Centro de Zoonoses de Curitiba, Juliano Ribeiro, lembra que além da citronela, hortelã e cravo desempenham essa mesma função. Para ele, investir em telas de proteção em portas e janelas pode ser uma medida ainda mais eficiente para manter a casa como zona livre de mosquitos.

Resistir à coceira é o maior desafio

Você foi picado por um mosquito. A primeira reação do corpo é formar uma bolinha, que não demora a começar a coçar. A pele embolotada é o resultado da defesa do próprio organismo, que reage à saliva do mosquito. O nosso corpo também libera proteínas e anticoagulantes, que podem agir como alergênicos ao entrar em contato com a pele. Mas e a coceira, que não para? Resista! “O ato de arranhar aumenta a agressão, podendo gerar uma infecção no local pela contaminação das unhas”, explica a bióloga Sirlei Antunes Morais.

A alergologista Loraine Land Graf conta que há uma estimativa de que cerca de 10% da população tenha reação alérgica a picada de insetos do tipo hematófagos, como os pernilongos e pulgas. “Principalmente crianças, que podem ter reação mais exagerada. Basta uma picada para desenvolver mais lesões”, explica.

Esse tipo de reação alérgica é local. A médica diz que o ideal é fazer uma compressa gelada, para diminuir o inchaço. Se a pessoa sentir muita coceira, o melhor é procurar um médico, que pode receitar um antialérgico ou até uma pomada anti-inflamatória para aliviar o desconforto.

A médica ainda faz uma ressalva, em relação aos insetos himenópteros, como abelhas, vespas e formigas. Nesse caso, os insetos possuem um veneno que pode desencadear uma reação alérgica sistêmica, que é muito mais grave. Pesquisas mostram que nos Estados Unidos, cerca de 3% da população tem esse tipo de alergia. No Brasil, não há uma estimativa, mas é possível checar se há risco de alergia com um exame de sangue. “A picada desses insetos é dolorida e a reação é muito rápida. A pessoa começa a inchar e pode entrar em choque anafilático”, explica. Nesses casos, procure um médico o quanto antes.

Fonte: gazeta

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