Vendas online de roupas e calçados ganham aliado com o sistema ProveAgora. Comprador experimenta em casa e, se não servir, pode devolver

Vender roupas e calçados pela internet é uma tarefa ingrata. A diferença na numeração usada em diversos países e marcas ou a constatação de que a peça pode não “cair” tão bem quanto se imagina afasta clientes em potencial, mesmo em um canal que tem ganhado cada vez mais espaço – conforme dados da E-bit, o comércio online no Brasil cresceu 28% em 2013 em relação ao ano anterior, faturando R$ 28,8 bilhões.

O obstáculo, porém, virou oportunidade de negócio para dois desenvolvedores catarinenses. Por meio de uma plataforma virtual integrada com lojistas, o ProveAgora oferece a oportunidade do comprador receber em casa e provar as peças antes de efetivar a compra, tudo para evitar surpresas indesejadas.

A plataforma nasceu em Joinville há três anos, pelas mãos dos sócios Denise Suzuki e João Marcos Mafra, mas somente no ano passado, depois de testes e o apoio de um investidor privado, deslanchou e chegou a Curitiba e São Paulo. A ideia surgiu como uma tentativa de profissionalizar o que algumas lojas já fazem, com clientes preferenciais. No ProveAgora, o comprador acessa o site da empresa, escolhe a roupa ou acessório e recebe o produto em casa. Tem dois dias para decidir se fica ou não com a peça. Se não gostar ou o tamanho não for adequado, basta devolver na loja, sem arcar com nenhum custo extra (leia mais no box ao lado).

“Hoje, o ProveAgora é um canal a mais de vendas, mas não compete com o e-commerce. O lojista tem a possibilidade de atender um cliente que não tem tempo para ir à loja e não tem familiaridade com o comércio online. O consumidor adora a possibilidade, e o lojista também, por conquistar um novo público”, afirma Denise.

Como contrapartida, os lojistas pagam à plataforma uma mensalidade que varia de R$ 99 a R$ 199 ou uma comissão em cima da venda, que gira em torno de 5% do valor da peça. Em geral, a taxa de conversão da venda (quando o cliente fica com o produto) é de 80%.

Adesão

A plataforma não divulga quantas lojas aderiram ao sistema, mas grandes marcas já passaram a oferecer seus produtos no ProveAgora. Na lista estão a Dudalina, Morena Rosa, Milon, MyGloss e Zinco. Proprietário das lojas Kiaroscuro e Folie, do grupo Morena Rosa, em Curitiba, o empresário Daniel Driessen Jr. relata que, até o momento, apesar dos números tímidos, o resultado tem sido positivo. Quinze pedidos foram feitos desde o mês passado, quando surgiu a parceria com a plataforma. “Acreditamos bastante na ferramenta, pela sua praticidade. Mesmo quando não fazemos a venda, estamos divulgando o produto. Afinal, o cliente pode ver as novas coleções e os preços. E, se não ficar com as peças, acabará visitando a loja”, relata Driessen.

Praticidade

Com mais opções de sites de vendas para os compradores contumazes, também aumenta a concorrência. O especialista em redes sociais da Kakoi Comunicação, Ediney Giordani, lembra que não basta mais estar apenas presente na internet – iniciativas que facilitem a compra, como o ProveAgora, servirão cada vez mais como diferenciais. “A venda, seja online ou física, é muito motivada por impulso. Então, o site não pode oferecer barreiras. Um campo de buscas claro e visível, com os mais diversos filtros, é essencial, assim como a capacidade para oferecer preços e produtos conforme o perfil de cada usuário”, recomenda.