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Ociosidade assombra setor automotivo

Terça-feira, 01 de abril de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:53:36


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Com as vendas em baixa e o aumento da concorrência, montadoras devem reduzir o ritmo de produção para 70% da sua capacidade

Em meio à redução no ritmo de vendas de veículos, a indústria automotiva já teme o aumento da ociosidade nas linhas de produção, que deve chegar a 30% nos próximos anos. A capacidade instalada vai crescer a partir deste ano com a inauguração de novas fábricas – os investimentos devem somar R$ 75 bilhões até 2017.

Com isso, o excedente de produção pode chegar a 1,5 milhão de unidades nos próximos anos. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a capacidade de produção deve avançar dos atuais 4,5 milhões de unidades para 6 milhões até 2017.

Segundo estimativa da consultoria Pricewater­houseCoopers (PwC), o índice de utilização da capacidade do setor automotivo no Brasil pode cair de 75% para 70% entre 2013 e 2015, contra uma média global de 80%. “E deve permanecer abaixo de 80% até 2020”, diz Marcelo Cioffi, sócio da PwC e especialista no setor automotivo. Para ele, esse nível compromete a rentabilidade das empresas. “Em geral, um índice de utilização que consideramos saudável gira entre 80% e 85%”, afirma.

Incentivo

Boa parte dos investimentos recentes em novas fábricas veio no embalo do programa Inovar-Auto, lançado em 2012, que estimulou a instalação de montadoras no país ao impor uma carga tributária maior para os importados. Com o objetivo de incentivar a geração de empregos, a eficiência energética, a inovação e o desenvolvimento de tecnologia automotiva local, o Inovar-Auto trouxe novos investimentos de marcas como as chinesas Chery e JAC; a japonesa Nissan; a alemã BMW; e a americana Daf, entre outras.

Disputa acirrada

A nova safra de investimentos vai ampliar ainda mais a concorrência no mercado, que, em um ambiente de crescimento mais modesto, deve provocar aumento da disputa de preços entre as marcas, segundo Marcelo Santos Alves, coordenador técnico da área de desenvolvimento da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

“Nenhuma empresa investe no Brasil sem pensar no médio e no longo prazo, mas todo mundo sabia que o consumo não iria continuar bombando como nos últimos anos”, diz. Esse bolo, que há cerca de 20 anos era praticamente todo abocanhado pelas quatro maiores montadoras do país – Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford detinham cerca de 80% do mercado – deve ser cada vez mais repartido. No ano passado, as quatro grandes representaram 67,5% das vendas.

“O mercado será mais competitivo, com disputa de preços e tecnologia e exigirá aumentos de produtividade, mas isso não quer dizer que não será um mercado interessante para as empresas, já que a participação de carros per capita no Brasil ainda é baixa”, diz Luis Antonio Sebben, diretor-geral da Fenabrave no Paraná.

Na média, há um carro para cada seis habitantes no Brasil, contra um para cada dois habitantes na Europa.

Renault e Volks cortam produção por causa da queda na demanda

Com o mercado andando devagar e as exportações para a Argentina em xeque, as montadoras instaladas no Paraná já começam a ajustar a produção. Depois de operar em três turnos desde 2001, a Renault fez um corte na produção logo após o Carnaval. A montadora reduziu o ritmo do último turno que era dedicado às vendas para o país vizinho.

Segundo a empresa, as exportações representam 20% da produção e a Argentina é o principal mercado. No ano passado, a operação brasileira exportou 63 mil carros (19% a mais do que no mesmo período do ano passado). Desse volume, a Argentina respondeu por 56 mil.

De acordo com informações da empresa, a redução foi pontual, mas existe a preocupação sobre como o mercado argentino vai se comportar até o fim do ano. São exportados os modelos Logan, Duster, Master e Sandero.

A Renault realizou investimentos de R$ 500 milhões em 2012 e 2013 para aumentar em mais 100 mil carros a sua capacidade instalada. Com o investimento, a produção passou para 60 por hora. A empresa informou que mantém o plano de aumentar sua participação no Brasil – segundo maior mercado global da marca – dos atuais 6,9% para 8% até 2016.

Layoff

No mês passado, a Volkswagen suspendeu por três meses o contrato de até 300 funcionários de São José dos Pinhais. Com a demanda menor, a fábrica, que produz a linha Fox (Fox, Crossfox e Spacefox), teve queda na produção diária de automóveis, que pulou de 800 para 640 desde o final do ano passado. O layoff veio quatro meses depois de a Volks anunciar investimentos de R$ 520 milhões na fábrica.

 

Como estimular a venda de carros diante de uma demanda mais fraca?Deixe seu comentário abaixo e participe do debate.

Fonte: gazeta

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