Quarta-feira, 07 de maio de 2014
Última Modificação: 05/11/2018 13:52:08
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Sem a expectativa de novidades ou ausências contestáveis, técnico anuncia os 23 jogadores que irão defender o Brasil no segundo Mundial em casa
“Só falo de quem está na lista”. Cedo ou tarde, Luiz Felipe Scolari recorre a essa frase nas entrevistas pós-convocação. Um mecanismo de defesa que não precisará ser acionado hoje, no Rio de Janeiro, no anúncio dos 23 jogadores da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2014.
O próprio treinador já antecipou nove nomes e disse que quem arriscar os outros 14, errará um ou dois. As quatro vagas em aberto são para a reserva, entre jogadores com pouca chance de entrar em campo e nenhum clamor popular pela sua convocação. Situação totalmente oposta à de 6 de maio de 2002, quando Felipão divulgou o grupo que disputaria – e venceria – o Mundial na Coreia do Sul e no Japão.
Alheio à pressão dos torcedores, da imprensa e até do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, Scolari não chamou Romário. Alegou problemas de comportamento do atacante e disse que preferia seguir a sua cabeça do que ceder à pressão e pagar o preço do mesmo jeito em caso de fracasso. Não adiantou. O bombardeio foi tamanho que acabou passando despercebida a ausência de Alex, homem de confiança do treinador no Palmeiras.
O meia paranaense e o Baixinho estiveram presentes na primeira lista de Felipão, em 2001. Acabaram fora da convocação final para a Copa com outros 11 – de jogadores presentes em boa parte da preparação, como o zagueiro Cris, a esquecidos rapidamente, como Élber, passando por companheiros de conquistas anteriores, como Jardel. Apenas 41% (9 de 22) dos chamados para enfrentar o Uruguai, pelas Eliminatórias, estiveram no grupo que embarcou para a Ásia.
A lista de hoje terá um corte similar em relação à primeira convocação de Felipão, no início do ano passado, para o amistoso com a Inglaterra. O grupo da Copa deve ter apenas metade dos 20 relacionados para a partida em Londres. Uma convocação maldita, com sete nomes que não voltaram a ser chamados pelo treinador.
Entre eles, Ronaldinho Gaúcho, único a, em algum momento, despertar apelo popular por causa da campanha com o Atlético-MG na Libertadores de 2013. Um clamor que esfriou ao longo do segundo semestre do ano passado e estancou com a eliminação do Galo na semifinal do Mundial de Clubes, pelo Raja Casablanca. De qualquer maneira, pouco mudaria uma decisão tomada já no amistoso contra os ingleses.
“De certo modo Ronaldinho não conduziu a carreira esportiva dele da forma que se exige para uma seleção brasileira. Quando teve oportunidade, a gente não pôde constatar que esta chama estava viva lá”, afirmou o coordenador-técnico Carlos Alberto Parreira, no início de abril.
A exemplo de Ronaldinho, Diego Alves (goleiro), Leandro Castán (zagueiro), Adriano (lateral-esquerdo), Arouca (volante) e Luís Fabiano (atacante) estiveram na derrota para a Inglaterra, não voltaram a ser chamados e não estarão, hoje, na lista final. A exceção pode ser Miranda, que também não foi convocado novamente, mas disputa a última vaga na defesa com Dedé, Henrique, Marquinhos e Réver (leia ao lado entrevista com o zagueiro paranaense).
Hernanes e Lucas foram presenças constantes no grupo de Felipão. O meia da Internazionale só ficou fora de uma convocação; o atacante do PSG, de duas. Filipe Luís completa o grupo de vítimas da “convocação maldita”. Foi esquecido após a Copa das Confederações. Três nomes com motivos para lamentar a ausência da Copa, mas ser peso para obrigar Scolari a acionar seu mecanismo de defesa favorito.
“O que posso pedir é que os 23 convocados vão representar o nosso país. Que tenham apoio e confiança de todos para o Mundial”, disse Felipão, ontem, na sede da CBF.
Fonte: gazeta do povo