Quarta-feira, 21 de maio de 2014
Última Modificação: 05/11/2018 13:51:17
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Recursos de economia de energia são critérios na hora de escolher um imóvel para morar ou trabalhar
A sustentabilidade deixou de ser um conceito para se tornar uma realidade no mercado da construção civil. Nos últimos anos, o setor precisou se reinventar para atender aos consumidores que, cada vez mais informados e exigentes, buscam soluções que tragam desempenho ambiental para o dia a dia dos empreendimentos.
“Em todas as etapas da construção civil, a sustentabilidade veio para ficar”, afirma Guido Petinelli, arquiteto e consultor especializado em certificação LEED, palestrante convidado do Encontro Nacional para Inovação da Construção Civil (Eninc). O evento será promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon-PR) nos dias 2 e 3 de junho, no Centro de Eventos da Fiep, e discutirá temas relacionados à inovação e sustentabilidade no setor.
Utilização de materiais e sistemas construtivos inteligentes, produzidos a partir de produtos recicláveis ou que demandem menos insumos para a construção, redução dos desperdícios na obra e oferta de soluções que resultem em menor consumo de recursos energéticos – como a instalação de placas solares – estão entre as principais características de uma obra sustentável. “O empresário que não pensar nesses aspectos começará a ficar de fora do mercado”, sinaliza o vice-presidente de área técnica do Sinduscon-PR, Euclesio Manoel Finatti.
Tudo isso ajuda a entregar para o cliente um ambiente saudável, com ventilação e iluminação natural, qualidade do ar e conforto térmico, acústico e visual. “Esse é o maior desafio, oferecer conforto com menor consumo de energia”, afirma Petinelli.
De olho nesse diferencial, muitas empresas têm buscado a certificação LEED para seus empreendimentos, como forma de comprovar seu desempenho ambiental. O arquiteto explica, entretanto, que a sustentabilidade de uma obra não está restrita à certificação, e que pode ser incorporada a qualquer tipo de imóvel.
Ao alcance de todos
Um mito sobre a eficiência energética de um empreendimento é a necessidade de grandes investimentos financeiros. Petinelli explica que soluções ambientalmente corretas podem ser incorporadas em imóveis já construídos e que, às vezes, não necessitam nem de reformas para serem realizadas.
Segundo ele, toda decisão tomada pelos moradores para a utilização do imóvel, como a escolha dos eletrodomésticos, afeta o consumo de água, energia e a saúde da família, mesmo que não sejam percebidas dessa forma. “Exercitar a sustentabilidade é mais simples do que se imagina e está acessível a todos. Basta vontade para buscar as informações e executar as ações que, além de contribuírem com o meio ambiente, proporcionarão uma economia considerável ao orçamento familiar”, ensina.
Empresas buscam certificação do selo LEED
Concedida pela ONG United States Green Building Council (USGBC), a certificação LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental, na sigla em inglês) é uma das mais representativas no que se refere ao desempenho energético de um empreendimento imobiliário. Tanto que as empresas do setor investem na obtenção do selo norte-americano como forma de se diferenciar das concorrentes no mercado.
“A certificação permite ao consumidor avaliar de forma clara e objetiva os produtos disponíveis e estabelecer uma relação de custo-benefício. Considerando que um imóvel é um dos maiores investimentos que uma pessoa faz na vida, ela oferece uma métrica para a tomada de decisão”, diz o arquiteto Guido Petinelli.
O Brasil está entre os dez países com maior número de certificações LEED no mundo, com grande concentração de selos ainda nos setores mais sofisticados da construção civil. Em Curitiba, o primeiro edifício conquistou a certificação no ano de 2011. “Nos próximos dois anos seremos a terceira capital do país em número de empreendimentos com o selo”, informa o vice-presidente de área técnica do Sinduscon-PR, Euclesio Manoel Finatti.
Para obter a certificação LEED, o empreendimento deve responder questões como prevenção de poluição durante a construção, redução na utilização de água, impacto do edifício no entorno e não uso de CFC’s (clorofluorcarbonetos). A performance energética e o pensamento sobre como reutilizar os elementos em uma possível reforma também compõem a lista.
Fonte: gazeta