Quarta-feira, 21 de maio de 2014
Última Modificação: 05/11/2018 13:51:17
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Vendas disparam com a procura por figurinhas de jogadores. Alguns estabelecimentos vendem até 20 mil cromos por semana
O rebuliço começa cedo aos sábados na banca de revistas de Adenir Maffiolletti, na Praça da Ucrânia, em Curitiba. Enquanto ele fica no “balcão”, a esposa e a filha do comerciante têm uma tarefa bem específica, mas estratégica: organizar os pacotes de figurinhas da Copa do Mundo para atender aos colecionadores que, nas horas seguintes, invadem a praça. Não dá para reclamar. A “febre” das figurinhas tem alavancado o faturamento de donos de bancas por todo o país e motivado até um negócio paralelo na internet, onde álbuns completos são vendidos por até R$ 280.
A grande procura pelos cromos é resultado de uma aposta da editora Panini, líder mundial em colecionáveis, que deu certo. O número de álbuns impressos neste ano chegou a 8,5 milhões, número recorde desde que a multinacional italiana começou a distribuir as revistas, na Copa do México, em 1970. A grande maioria dos álbuns – cerca de 6,5 milhões – foi distribuída gratuitamente, o que fez com que o produto chegasse com facilidade às mãos de crianças e adultos.
Completar o álbum já é outra história. Cada pacote custa R$ 1 e vem com cinco figurinhas – no total, são 649 cromos. Por baixo e com muita sorte, o colecionador precisa gastar pelo menos R$ 130 para não deixar nenhum espaço vazio. Como inevitavelmente há figurinhas repetidas nos pacotes, o número de vendas só aumenta.
Donos de bancas em Curitiba consultados pela Gazeta do Povo dizem vender, em média, até 5 mil pacotes por semana. Na banca da Praça da Ucrânia, a média, desde abril, tem sido de 20 mil de segunda a domingo. O comércio pega carona no encontro de colecionadores que ocorre aos sábados na praça e reúne centenas de pessoas. Só no último fim de semana, por exemplo, a banca vendeu 30 álbuns de capa dura – que custam R$ 24,90. No domingo, ao meio-dia, não havia mais figurinhas.
“Desde a primeira semana do lançamento [do álbum] começou a vender e não parou mais. Vem gente comprar figurinhas de tudo quanto é tipo e idade”, diz Maffiolletti. Os pacotes com os cromos chegam às bancas, em geral, uma vez por semana. O faturamento dos comerciantes é de 25% – ou seja, a cada pacote vendido, eles ganham R$ 0,25.
Na esteira do sucesso dos álbuns da Copa, desenvolvedores e marcas oficiais do evento lançaram aplicativos que ajudam a organizar as figurinhas e reunir colecionadores:
• Álbum na web
A Fifa lançou em parceria com a Coca Cola a versão digital do álbum, que conta com 424 “cromos virtuais”, coletados gratuitamente por meio do site www.fifa.com/stickeralbum e que podem ser trocados com outros usuários. Quem conseguir completar o álbum até 31 de agosto participará do sorteio de 250 prêmios. Há também apps do álbum para iOS e Android.
• Rede de colecionadores
O Viber, aplicativo de troca de mensagens, lançou uma ação para reunir grupos de colecionadores que desejam trocar figurinhas. O usuário precisa entrar no www.gruposdetrocadefigurinhas.com.br, encontrar o grupo mais próximo e enviar uma mensagem por meio do app para o número +55 56 8392-2014 para participar do chat. Segundo o Viber, já há mais de 200 pontos de troca no país criados por meio da ação.
• Checklist
Há uma série de apps disponíveis no Google Play e no iTunes para ajudar a fazer o checklist das figurinhas e compartilhar as listas com os amigos. O oficial é o “Panini Collectors”, em que o usuário escaneia com a câmera do celular as figurinhas que possui para incluí-las no aplicativo. Um dos apps melhores avaliados é o “Figurinhas Copa 2014”, disponível para Android, que organiza automaticamente listas de figurinhas repetidas e faltantes.
• Grupos virtuais
Os encontros de colecionadores em empresas, bancas e praças se tornaram prática comum nos últimos meses e também migraram para as redes sociais. No Facebook, foram criados seis grupos abertos somente para organizar a troca de figurinhas em Curitiba, que reuniam até ontem 1,4 mil internautas.
Fonte: gazeta