Segunda-feira, 26 de maio de 2014
Última Modificação: 05/11/2018 13:50:30
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Movimentos do cavalo auxiliam no resgate do equilíbrio e da coordenação motora, afetados por doenças como o Mal de Parkinson e outras síndromes
O uso do cavalo como método terapêutico, sobretudo para os que buscam o desenvolvimento de pessoas com algum tipo de deficiência, está se mostrando eficaz também para pessoas diagnosticadas com doença de Parkinson. A doença degenerativa, provocada por uma disfunção dos neurônios, prejudica progressivamente os movimentos e a coordenação.
O representante comercial Joel de Arruda, 61, que há oito anos descobriu ter a doença de Parkinson, não imaginava que o gosto pelo hipismo um dia o levaria à terapia complementar contra a doença. Após ser diagnosticado e perder o emprego, Joel pensou também em abandonar o hipismo, até ser informado que a equoterapia poderia ajudá-lo.
A terapia ocorre por meio da equitação, o ato de cavalgar. Segundo a instrutora Dóris Alho, educadora física especializada em equoterapia, a principal característica do tratamento é o movimento tridimensional do cavalo, ou seja, o animal se move para cima, para baixo, para as laterais, para frente e para trás. Movimentos globais, como esses, nenhum outro aparelho consegue simular. Os principais benefícios são o desenvolvimento do equilíbrio, da coordenação, melhor controle do tronco, desenvolvimento de noção de espaço e do senso tátil.
A fisioterapeuta Marília Ramalho Assunção, que ministra aulas de equoterapia, lembra que são atendidos pacientes de todas as idades e a maioria dos que procuram a terapia tem comprometimento neurológico e motor, mas alguns entram no programa apenas para buscar socialização. Ela diz que a equoterapia teve um salto na procura nos últimos dez anos.
A instrutora Dóris Alho explica que a terapia é apenas complementar ao tratamento, que deve reunir ainda o trabalho da fonoaudiologia, da fisioterapia e da terapia ocupacional. “Alguém pode dizer que sentiu melhora muito grande com a equoterapia, mas não foi só isso. Melhorou porque tem um conjunto de terapias. Não dá para medir, mas ajuda muito, especialmente no equilíbrio”, diz.
Essa melhora no equilíbrio foi percebida pelo representante comercial Joel de Arruda. “Ajuda cem por cento”, comemora. Ele conta que, além da condição física, sente-se melhor no campo emocional e, principalmente, em relação os tremores causados pela doença de Parkinson. As pernas dele também respondem melhor aos movimentos. “Às vezes queria movimentar as pernas, correr, mas não consigo. A montaria força a trabalhar todos os músculos da perna.”
O instrutor Paulo Roberto Vicente ressalta a importância dos exercícios que passa a Joel Arruda, especialmente no alongamento. Para ele, ajudar quem necessita com esse trabalho é gratificante.
Fonte: gazeta