Sexta-feira, 11 de julho de 2014
Última Modificação: 05/11/2018 13:46:13
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Aécio acusa Dilma de tentar se apropriar do evento. Presidente busca se dissociar do mau resultado em campo, exaltando o sucesso da organização. Campos evita entrar no assunto
A goleada de 7 a 1 sofrida pelo Brasil para a Alemanha reacendeu a disputa eleitoral envolvendo a Copa – um tema que havia esfriado enquanto a seleção nacional avançava na competição e as previsões de insucesso na organização do Mundial não se concretizavam. O senador Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, criticou ontem a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmando que “aqueles que tentaram se apropriar” do evento vão pagar o preço por isso. A presidente, por sua vez, buscou se dissociar do mau resultado da seleção em campo, exaltando o sucesso da Copa fora das quatro linhas. Já o candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos, procurou se manter distante da discussão futebolística.
Em campanha no Espírito Santo, Aécio atacou Dilma. “Sempre fui muito reto nas minhas palavras. Copa do Mundo é uma coisa, eleição é outra. O governo da presidente Dilma é que, infelizmente, a cada momento, tem uma reação diferente”, disse ele. “Quando vieram as manifestações [de junho do ano passado], ela não tinha nada a ver com Copa do Mundo. Quando a Copa dá certo, parecia até que era ela a artilheira da seleção. Acho que quem vai pagar o preço são aqueles que tentaram se apropriar de um evento que é de todos os brasileiros”, afirmou o tucano.
Desde o ano passado, Aécio tem buscado manter certa distância da Copa. Apesar disso, como governador de Minas Gerais, ele teve papel fundamental para garantir a participação de seu estado no evento e para garantir que Belo Horizonte tivesse duas partidas da seleção brasileira.
Estratégia invertida
O Planalto, por sua vez, intensificou ontem a ofensiva para tentar dissociar a presidente Dilma do vexame da seleção. Com medo de que o mau humor com a seleção respingue na campanha eleitoral, o governo irá destacar a bem-sucedida organização do Mundial. Meses antes da competição e até a derrota para a Alemanha, a ordem era celebrar o futebol em si para desviar a atenção das possíveis deficiências na organização. O slogan cunhado para definir a estratégia foi a “Copa das Copas”. Agora, a estratégia está sendo invertida. No lugar do ufanismo em torno da seleção, entra agora a retórica da organização “impecável” do evento.
Em entrevista à rede norte-americana de televisão CNN, Dilma Rousseff disse que o mundo inteiro tem de reconhecer que o Brasil soube organizar e receber a Copa. Sobre a partida com a Alemanha, afirmou não ter um conhecimento profundo de futebol, mas disse acreditar que a ausência dos jogadores Neymar e Thiago Silva teve efeito para na derrota por 7 a 1. Mas pediu renovação no futebol brasileiro – no que foi acompanhada pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que defendeu intervenção estatal na CBF.
Já Eduardo Campos (PSB) se distanciou da Copa – embora como governador de Pernambuco tenha sido importante para levar jogos ao seu estado. “Nossa proposta foi, é e sempre será trabalhar a favor do Brasil. Queremos sempre que as coisas no Brasil deem certo”, disse ao ser questionado sobre o resultado da seleção. Ele afirmou que não irá explorar politicamente o assunto.
Fonte: gazeta