Quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Última Modificação: 05/11/2018 13:43:29
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A Comissão Estadual de Infectologia se reuniu ontem para discutir com agentes de saúde, médicos e autoridades de órgãos municipais estratégias para combater uma possível entrada do vírus Ebola no Paraná. Até o dia 9 de agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia registrado 1.848 casos e 1.013 mortes nos quatro países africanos com surtos da doença: Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria. A OMS emitiu um alerta sobre o vírus e pede cuidado redobrado a autoridades locais.
Segundo o superintendente de vigilância em saúde no Paraná, Sezifredo Paz, estratégias foram organizadas em videoconferência com outras regionais para prevenção, diagnóstico e tratamento de eventuais casos suspeitos. “Se o Ebola chegar ao Paraná, não teremos mais do que casos importados. Temos um aparato preparado para impedir a disseminação da doença”, diz. Ele explica que as suspeitas só serão consideradas caso o paciente tenha transitado por regiões afetadas pela doença e apresentar os principais sintomas do Ebola: febre repentina e quadro hemorrágico.
Paz conta que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já mantém um controle nos portos e aeroportos e que o cuidado será ainda maior em navios que venham dos países afetados. “Um barco com uma bandeira da Libéria é vistoriado antes mesmo de ser atracado no porto”, exemplifica. “As equipes de saúde já estão a postos e temos um hospital credenciado em cada macrorregião do estado para tratar suspeitas de Ebola”, completa. Além desses, hospitais em Foz do Iguaçu e Paranaguá também estão na lista por causa das duas principais fronteiras do estado.
Isolamento
Responsável pelo Centro de Informações Estratégicas e Respostas de Vigilância em Saúde, Mirian Woiski explica que, se a suspeita se confirmar, uma notificação será encaminhada ao Ministério da Saúde, que conduzirá o caso. “A orientação é que o paciente seja isolado em um quarto com banheiro por um determinado período, e o tratamento será conduzido com medicamentos que combatam os sintomas para manter a vida do paciente enquanto o organismo enfrenta o vírus.”
Ela informou também que o estado aderiu a um pregão eletrônico do Ministério da Saúde para aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) para prevenir que agentes de saúde se contaminem com o Ebola – transmissível por mucosas, secreções e outros fluídos corporais. “Estamos fazendo um levantamento de todos os equipamentos que julgamos necessários e os que não estiverem contemplados no pregão serão adquiridos o mais rápido possível.”
Fonte: gazeta