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DESREGULADORES END?CRINOS

?Venenos? do dia a dia

Sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:42:54


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Uma pesquisa desenvolvida pela Environmental Working Group (EWG) – entidade americana especializada em saúde ambiental – elencou uma série de “venenos cotidianos”, os chamados desreguladores endócrinos. Essas substâncias, comumente encontradas em plásticos, metais pesados, pesticidas, medicamentos, produtos de beleza, artigos de cozinha (como panelas de teflon), entre outros artigos do dia a dia, podem prejudicar a saúde das pessoas. Jaime Kulak, ginecologista e professor do Departamento de Tocoginecologia da Universidade Federal do Paraná, explica que desreguladores são substâncias que podem interferir no sistema endócrino através de alterações na biossíntese, metabolismo, transporte e no mecanismo de ação dos hormônios e de seus respectivos receptores. O endocrinologista Cesar Luiz Boguszewski, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (Sbem-PR),destaca que os desreguladores estão presentes em concentrações baixas, de modo que os efeitos sobre a saúde humana ocorrem mediante exposição a longo prazo. “É improvável evitá-los completamente, pois existe uma enorme variedade de desreguladores presentes em muitos artigos. Acredito que existem maneiras de se posicionar, mas não de evitar em absoluto. O importante é conhecer quais substâncias representam maior risco e tomar algumas atitudes preventivas”, esclarece. Entre essas atitudes estão: a substituição do plástico por vidro; o cuidado com a contaminação da água e de alimentos; e a atenção a cosméticos e produtos de higiene pessoal. Segundo Boguszewski, a comunidade médica está mobilizada para estudar mais profundamente os desreguladores e desenvolver políticas de prevenção em escala global.

Bisfenol A

Utilizado na fabricação de policarbonato, presente na maioria dos plásticos e na resina epóxi, usada no revestimento interno de latas que acondicionam alimentos e bebidas, o Bisfenol A, ou simplesmente BPA, engana o organismo, fazendo-o pensar que é um hormônio real. Trata-se de uma substância comum, utilizada na produção de garrafas plásticas, mamadeiras, copos para bebês, entre outros. O relatório da EWG mostra que 93% dos americanos têm BPA no organismo. A literatura médica associa o BPA a vários tipos de câncer, obesidade, doenças cardíacas, puberdade precoce e disfunção reprodutiva. Países como Canadá, Dinamarca e Costa Rica proibiram seu uso. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de mamadeiras de plástico que contenham o BPA em sua composição. Para as demais aplicações, a substância ainda é permitida, mas a legislação brasileira estabelece limite máximo de migração da substância para o alimento.

Como evitar

Procure saber quais empresas não utilizam BPA em seus produtos e prefira alimentos frescos em vez de enlatados. Não compre plásticos que indiquem BPA na composição.

Atrazina

Na natureza, segundo a EWG, a exposição à atrazina está ligada a problemas reprodutivos em anfíbios, peixes, répteis e mamíferos. Pesquisadores também descobriram que o herbicida pode provocar a feminização de rãs e a inflamação da próstata de outras espécies. Os efeitos sobre a saúde humana também podem ser agressivos: estudos associam a atrazina ao câncer de mama e de próstata, e à puberdade tardia. O mais grave é que, por ser um herbicida bastante utilizado nas culturas de milho, cana-de-açúcar, café, cacau, banana, entre outras, a atrazina contamina facilmente mananciais de água potável.

Como evitar

A EWG sugere que se opte por produtos orgânicos e se invista em um filtro de água potável certificado para remover a substância.

Ftalatos

É normal que bilhões de células do nosso organismo morram todos os dias. Entretanto, estudos mostram que os ftalatos podem provocar a morte precoce de células. Além disso, também estão associados à baixa contagem de espermatozoides, má-formação do sistema reprodutivo, obesidade, diabete e irregularidades da tireoide em homens. Segundo a EWG, esse químico industrial é utilizado para suavizar o plástico e pode ser encontrado em produtos diversos, como cosméticos, embalagens de comida, brinquedos, cabos elétricos e materiais de construção.

Como evitar

Para começar, evite recipientes plásticos para armazenar comida, filme plástico de PVC e brinquedos infantis de plástico (lembrando que alguns ftalatos já são proibidos em produtos infantis). Alguns materiais de higiene pessoal também contêm ftalatos para fixar o perfume - prefira os sem fragrância.

Perfluorados

São produtos químicos utilizados no processo de impermeabilização de tecidos, panelas, papéis, embalagens de alimentos, entre outros. De acordo com a EWG, os compostos perfluorados, ou PFCs, são completamente resistentes à biodegradação, o que significa que, mesmo que o químico seja banido, ele ainda será detectado no organismo de gerações futuras. Entre os malefícios que essas substâncias podem trazer à saúde estão: redução da qualidade do esperma; baixo peso ao nascer; doenças renais; e alterações da tireoide e do colesterol.

Como evitar

Sempre que for comprar produtos ou soluções impermeabilizantes, procure se informar sobre a presença de PFCs na composição. Prefira panelas de ferro fundido em vez das antiaderentes.

Dioxina

Trata-se de um subproduto não intencional de processos industriais nos quais cloro ou bromo são queimados na presença de materiais orgânicos. Os principais “produtores” de dioxina são os incineradores de lixo hospitalar e doméstico, queimadas desregradas de florestas e incêndios. Processos industriais que utilizam cloro para produção de pesticidas ou para branqueamento de papel também são fontes de dioxina. Segundo a EWG, quase todas as pessoas já foram expostas à dioxina. Estudos evidenciam que a exposição à substância pode ocasionar danos aos sistemas imunológico e reprodutivo, diabete e câncer.

Como evitar

A EWG destaca que é bastante difícil evitar a dioxina, posto que os processos industriais em larga escala amplificaram o lançamento da substância ao ponto de boa parte dos alimentos estar contaminada. A melhor forma de prevenir a exposição é controlar os processos industriais para reduzir a presença da dioxina nos alimentos. Carnes, ovos e laticínios são mais suscetíveis à contaminação. Reduzir o consumo ajuda a diminuir o contato.

Fonte: gazeta

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