Quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Última Modificação: 05/11/2018 13:40:40
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Se a pecuária brasileira precisava de uma confirmação para destravar investimentos, ela veio da 23.ª Feira de Alimentos de Moscou. O interesse russo pelas carnes brasileiras lota qualquer palestra sobre o assunto, relata a comitiva brasileira presente no evento, que começou segunda-feira e termina hoje. E a janela aberta para o Brasil pode ser dez vezes mais rentável que a inicialmente prevista.
O que sobra é a incerteza em relação à fidelidade da Rússia ante seus fornecedores, quebrada com embargos sanitários sucessivos a dezenas de frigoríficos desde 2011. Na prática, esses embargos estão sendo levantados agora, para compensar compras dos Estados Unidos e da União Europeia (UE), que estão suspensas por um ano como retaliação a sanções relacionadas à disputa pela Crimeia ante a Ucrânia.
A comitiva brasileira relatou suas impressões ontem pela manhã direto de Moscou, numa videoconferência realizada pela Universidade Positivo, em Curitiba.
Os agentes russos tomam metade dos lugares nas palestras sobre carnes brasileiras e deixam os eventos lotados, contou Pedro Viana, da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, que faz parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esse é justamente o objetivo da comitiva, que visita regularmente feiras internacionais do gênero e, muitas vezes, nota interesse principalmente pelo churrasco oferecido aos importadores.
Potencial
O Brasil pode faturar de US$ 5 bilhões a US$10 bilhões a mais nas vendas à Rússia se as negociações engrenarem, estimou, também de Moscou, Gilberto Ramos, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia.
Quando Moscou proibiu importação de carnes, peixes, laticínios, frutas e vegetais dos EUA, da UE, Noruega, Austrália e Canadá, no início de agosto, o mercado aberto foi avaliado em US$ 300 milhões pelo Brasil.
Fonte: gazeta