Quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Última Modificação: 05/11/2018 13:40:11
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Em todo mundo, cerca de 10% das pessoas tomam mais de 5 medicamentos ao mesmo tempo
Uma estimativa internacional, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e da Universidade de Chicago, indica que pelo menos 10% da população use mais de cinco remédios ao mesmo tempo. A polimedicação é mais comum em idosos e portadores de doenças crônicas e exige atenção. Nesses casos, a pessoa precisa tomar determinados medicamentos para tratar as doenças. Combinados,porém, eles podem causar intoxicação e problemas relacionados à dosagem, super ou sub, que afeta a eficácia do tratamento.
Para evitar esse problema, o Ministério da Saúde está desenvolvendo um programa piloto para prestar orientação farmacêutica a esses pacientes. Em Curitiba, os atendimentos começaram a ser realizados em abril, com um grupo de 583 pessoas, que retornaram em três meses, para avaliação de exames. O resultado foi positivo e o projeto segue com mais pacientes.
“Geralmente são idosos, que possuem pelo menos duas morbidades associadas. Por precariedade na instrução ou falta de alguém que ajude e indique a tomada dos medicamentos, eles acabam esquecendo”, explica a farmacêutica Beatriz Patriota, coordenadora da atenção farmacêutica no programa Saúde da Família de Curitiba.
O programa identificou aqueles pacientes mais vulneráveis – as equipes de atenção primária priorizaram as pessoas com mais dificuldade para seguir o tratamento ou que não apresentavam melhoras no quadro – e encaminhou para uma consulta farmacêutica. Por enquanto, são 56 postos de saúde com o serviço. O farmacêutico senta com o paciente e explica para que servem os medicamentos e como eles devem ser ingeridos, se pode misturar com outros remédios ou com comida e bebida. Se houver conflito entre as fórmulas, o farmacêutico entra em contato com os médicos responsáveis para discutir como harmonizar os remédios.
O clínico do Hospital Vita João Luiz Carneiro ressalta que é importante que o paciente com esse perfil de muitos medicamentos tenha um médico responsável por ele. “O paciente precisa ter um médico de confiança, que vai poder orientar em relação aos problemas com a polimedicação. Os especialistas veem a sua parte, mas é bom ter uma referência para buscar informações”, diz.
Para os profissionais, o paciente pode ajudar a evitar a polimedicação conversando com os médicos sobre os remédios que estão usando.
A automedicação também é um problema. “Paciente que busca na farmácia o tratamento pode ter um problema com efeito colateral indesejado”, ressalta Carneiro.
Fonte: gazeta