Segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Última Modificação: 05/11/2018 13:36:58
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O público brasileiro vai poder acompanhar, a partir de hoje (10) na TV Brasil, uma novela na qual quase todos os atores são negros e desempenham os mais variados papéis como empresários, modelos e jornalistas. Além de mostrar um cenário de glamour e ambição, a novela Windeck, produzida em Angola, traz elementos da tradição e da cultura africana, como costumes e dança.
“Não é uma mera exibição de novela, é política pública. Estamos dando espaço para a representação negra positiva e para a África se mostrar para os brasileiros da maneira que o brasileiro mais gosta e melhor recepciona a informação”, explica o diretor-geral daEmpresa Brasil de Comunicação (EBC), Eduardo Castro. Antes de decidir pela exibição da novela, a EBC promoveu discussões com integrantes do movimento negro para verificar a receptividade da trama.
Castro destaca que, em Windeck, os personagens negros aparecem em funções de destaque na sociedade, como donos de empresas, presidentes de banco e modelos. “Negro não é o que vemos nas nossas novelas: serviçal, abridor de porta, jogador de futebol e pagodeiro”, diz. Além de apresentar elementos culturais de Angola, a novela traz temas como a violência doméstica, a homofobia e as doenças sexualmente transmissíveis. Segundo Castro, todos esses temas serão debatidos nos programas da EBC.
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, foi a primeira a assistir a um capítulo da novela. Por acreditar que a exibição da trama representa a concretização de uma política pública, a secretaria patrocinou o licenciamento da novela para a transmissão no Brasil.
Para a ministra, Windeck representa uma trincheira importante, pois as novelas brasileiras mostram uma imagem do negro estereotipada. “A exibição da novela é fruto de uma parceria da Seppir e da EBC para mostrar que é possível, dentro de um gênero que é tão comum no Brasil, ter protagonistas negros, é algo simples de fazer”, disse a ministra, em entrevista ao programaEspaço Público, da TV Brasil.
A secretária de Políticas para Comunidades Tradicionais da Seppir, Silvany Euclênio, diz que a exibição da novela no Brasil deverá servir como um contraponto às novelas produzidas no país, onde a maioria do elenco é branco e os negros são incluídos em papéis menores. “Vamos ver negros em diferentes papéis, tanto personagens com características positivas, como mais negativas, como é o ser humano de qualquer origem racial ou étnica”, avalia.
Fonte: Agencia Brasil