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Tetravalente é mais eficaz do que a trivale

Quarta-feira, 08 de abril de 2015

Última Modificação: 05/11/2018 13:28:12


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Tetravalente é mais eficaz do que a trivalente, porém será oferecida apenas pela rede privada. Fornecedores esperam liberação da Anvisa; vacinação deve iniciar com dois meses de atraso

A chegada do outono marca o início das campanhas de vacinação contra a gripe A (H1N1), geralmente iniciadas em março na rede privada e em abril na rede pública de saúde. Neste ano, no entanto, o calendário da imunização dos laboratórios particulares está atrasado devido à falta do medicamento e, até o momento, não há certeza em qual data a vacina estará disponível à imensa parcela da população que não faz parte dos grupos prioritários atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vacinas não chegaram aos laboratórios porque o medicamento ainda não foi liberado para comercialização. Trata-se de uma nova vacina contra a gripe, mais eficaz: enquanto a trivalente protege contra os vírus A/H1N1, A/H3N2 e B, a nova vacina tem em sua composição mais uma cepa do vírus B, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em nota, a Anvisa informou que duas vacinas influenza tetravalente fabricadas no Brasil – produzidas pelas empresas GSK Brasil Ltda. e Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda. – estão regularmente registradas, porém ainda não foram liberadas porque “a atualização de cepas encontra-se em exigência técnica”, o que significa que a agência reguladora está analisando esclarecimentos e informações fornecidas pelas empresas sobre a atualização das cepas de vírus.

Atraso

Segundo a Anvisa, a GSK e a Sanofi solicitaram a atualização de cepas tardiamente, devido a atrasos na disponibilização dos reagentes pelos organismos internacionais envolvidos e, por isso, a liberação ainda não foi finalizada. Procurada pela reportagem, a GSK informou que não há prazo definido para a liberação do medicamento, pois o trâmite depende da Anvisa. Já a Sanofi ressaltou que o processo de liberação da vacina está correndo dentro dos prazos e que a atualização de duas cepas (H3N2 e B) demandou mais tempo para a produção do medicamento. A empresa afirmou estar empreendendo todos os esforços para atender rapidamente às solicitações da Anvisa, esperando que o medicamento seja disponibilizado até o fim de abril.

Em Curitiba, pelo menos seis laboratórios aguardam a chegada dos lotes da trivalente e da tetravalente. Embora tomar a vacina com atraso não implique alteração na maneira como o medicamento age no organismo, especialistas apontam que o prolongamento do tempo sem imunização aumenta os riscos de contrair uma gripe e suas complicações.

“Quanto antes a maior parte da população for vacinada, melhor. Porque é agora que a incidência de casos de gripe e complicações começa a aumentar. Se as vacinas chegarem até o fim de abril, já serão dois meses de atraso. É importante que haja um posicionamento da indústria farmacêutica pois trata-se um assunto de interesse da população”, explica Milton Zymberg, diretor do laboratório Frischmann Aisengart. Vale lembrar ainda que a os anticorpos que garantem proteção contra a gripe começam a surgir cerca de três semanas após a vacinação; a proteção máxima é atingida após aproximadamente 45 dias. A proteção estende-se por entre oito e 12 meses.

Rede Pública

A campanha nacional de imunização começa a partir do dia 27 de abril, segundo definição do Ministério da Saúde. O SUS fornece gratuitamente a vacina trivalente para a população considerada de risco. No Paraná, todas as unidades de saúde realizam a vacinação entre as 8 e as 18 horas.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), ainda não foi divulgada a meta de imunização desse ano. No ano passado, três milhões de pessoas foram vacinadas no estado.

Opção tetravalente protege mais contra mais tipos de vírus

Todos os anos, a Organização Mundial da Saúde recomenda o tipo de vírus que deve ser contemplado pela vacina contra a gripe A. Isso acontece porque existem inúmeros tipos de vírus influenza A e B que provocam a gripe, e a composição da vacina é definida de acordo com os vírus circulantes no ano anterior, a fim de garantir maior eficácia ao produto.

Foi observada a circulação de uma cepa [tipo de vírus] que não estava contemplada na vacina e, por isso, foi feito esse ajuste [para a tetravalente].

Jaime Rocha, médico infectologista.

Até o ano passado, toda a rede de saúde utilizava a trivalente, cuja proteção estende-se para os vírus A/H1N1, A/H3N2 e B.

Evolução

A tetravalente, medicamento a ser lançado em 2015, tem em sua composição uma cepa do vírus B a mais, ou seja, protege contra um vírus a mais do que a trivalente.

O infectologista Jaime Rocha explica que a ampliação protetiva da vacina é importante porque estimativas sugerem que até 25% das gripes sejam causadas pelo vírus B.

“Foi observada a circulação de uma cepa que não estava contemplada na vacina e, por isso, foi feito esse ajuste.”

No entanto, o médico reforça que o mais importante é tomar a vacina e que ambas, tanto a trivalente quanto a tetravalente, são seguras e eficazes.

 

Fonte: Gazeta

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