Manter o lixo organizado e buscar reaproveitar o material orgânico é saída para diminuir a quantidade de material enviado para o aterro sanitário

A greve na coleta de lixo durou menos de uma semana em Curitiba, mas foi o suficiente para mostrar o quanto de resíduos produzimos diariamente e como organizamos mal o nosso lixo. Em média, cada família brasileira gera de 700 a 950 gramas de lixo diariamente. Para diminuir a quantidade do material que vai parar no aterro sanitário, a compostagem e o descarte consciente são o caminho.

“Temos de passar a organizar os nossos resíduos como nosso guarda-roupa, ou o armário em que colocamos os alimentos. Tudo limpo, organizado e com destino correto”, diz o biólogo Adilson Brito, proprietário da empresa BioComp. Para ele, essa mudança de comportamento só vai ocorrer com intensa campanha educativa e incentivos para quem adota medidas que reduzem o volume de material que segue para o aterro sanitário.

O designer gráfico Adriano Massa está tentando aplicar essa mudança de hábitos ao cotidiano da família. Há dois meses, quando comprou a casa nova, herdou da antiga moradora uma caixa de compostagem. “Acredito que 80% do lixo orgânico da casa vai para a composteira”,conta Massa. Ele afirma que um dos motivos para continuar com a compostagem é a horta da casa. “Gosto de cozinhar com as ervas aromáticas e o chorume e o composto produzidos ajudam a manter as plantas saudáveis”, diz.

Outra prática do antigo morador que tem sido mantida pelo designer é o de amassar as latas de bebidas consumidas na casa. Para isso, a maquineta que ajuda na tarefa permaneceu instalada na área da churrasqueira. “Isso economiza o espaço que o lixo ocupa”, comenta Massa.

Amassar a latinha também diminui o espaço ocupado por elas no caminhão de lixo. Amassar garrafas PETs, caixas de leite e outras embalagens também é importante. “Quando não fazemos isso, o caminhão do lixo fica levando ar de um lado para o outro”, observa Brito, que alerta para a necessidade de enxaguar o material reciclável antes de encaminhá-lo para o lixo. “Não é porque é lixo que você vai deixar sujo, bagunçado. Tem que arrumar, como faz com os armários de casa”, diz.

Ele lembra que muitos materiais ainda não podem ser reciclados. Caso dos copos plásticos, de algumas embalagens plásticas e de papel alumínio. “Ainda não existe uma tecnologia para o tratamento ou o reuso desses rejeitos”. Para essas situações, o jeito é fazer uma escolha consciente e começar a diminuir o consumo ou, até mesmo, riscar alguns produtos da lista de compras. O planeta agradece.