Quinta-feira, 28 de maio de 2015
Última Modificação: 05/11/2018 13:23:17
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Os trucks trouxeram sofisticação ao bom e velho comércio ambulante. Do caixeiro viajante ao pipoqueiro, o modelo de negócio independe de um ponto fixo e a empresa inteira pode ser completamente deslocada, de acordo com as necessidades do empreendedor e da clientela. Na evolução do mercado, cresceram também os segmentos apresentados na versão móvel. Além das mais diversas guloseimas, no setor de alimentação, há comércio de roupas, serviços de pet shop e até baladas itinerantes. Muda o formato, mas a essência permanece. “As necessidades básicas do varejo são as mesmas: qualidade de produto e conveniência”, aponta o professor Luciano Minghini, especialista em Planejamento Estratégico e professor do ISAE/FGV, de Curitiba.
Com características peculiares, conforme a atividade, como a de alimentos – que fomentou amplo debate sobre uso de solo, localização de trucks e utilização de recursos como água e energia – em geral, a opção pelo comércio volante está ligada aos custos da operação. Sem aluguel ou condomínio para pagar, o empreendedor tem mais flexibilidade para definir preços, aumentando a margem de lucro. A redução de custos, porém, não dispensa a formalização da empresa. Nos registros legais, para fins tributários e de fiscalização, a empresa deve ter um endereço fixo, que funciona como sede administrativa. “O que muda é a operação, que será levada aos ambientes onde o potencial de consumo é maior. O comerciante não fica limitado ao movimento de um ponto fixo”, observa o consultor do Sebrae Paulo Tadeu Graciano.
Enquanto a legislação sobre os foods trucks caminha para a regulamentação em Curitiba, não há previsão de funcionamento legal para outras modalidades de negócios volantes. Os ambulantes tradicionais, como carrinhos de pipoca e cachorro-quente, têm regras específicas, ainda que careçam de atualização. “Não há uma referência do modelo, e a dificuldade de enquadramento é grande. Trabalhei oito meses na informalidade”, conta a empresária Fabiane Post Ploposki, da Boutique de Rua.
Via de regra, os volantes não podem interferir na rotina urbana, especialmente no trânsito. “Estacionar em áreas privadas, como estacionamentos de particulares ou empresas, desde que devidamente autorizado, é uma saída para manter o ponto em funcionamento”, diz Graciano. Respeitar esse ambiente é fundamental para o negócio, na visão do professor Minghini. “O vendedor deve cuidar para não agredir o ambiente social. Ele é uma ponte importante com a comunidade, um meio termo entre a venda em domicílio e a formalidade de uma loja física. Essa proximidade ajuda na operação.”
Via de regra, os volantes não podem interferir na rotina urbana, especialmente no trânsito. “Estacionar em áreas privadas, como estacionamentos de particulares ou empresas, desde que devidamente autorizado, é uma saída para manter o ponto em funcionamento”, diz Graciano. Respeitar esse ambiente é fundamental para o negócio, na visão do professor Minghini. “O vendedor deve cuidar para não agredir o ambiente social. Ele é uma ponte importante com a comunidade, um meio termo entre a venda em domicílio e a formalidade de uma loja física. Essa proximidade ajuda na operação.”
Em dezembro de 2008, a sacoleira Fabiane Post Ploposki precisava de uma ferramenta para melhorar o atendimento da clientela. As roupas amassadas nas sacolas e a prática de passar mercadoria para ser provada em casa não ajudavam nas vendas. A Boutique de Rua (foto)surgiu da necessidade de um provador itinerante e da exposição adequada dos produtos. Em um mês, Fabiane triplicou o faturamento. Recuperou o investimento inicial de R$ 125 mil em dez meses e viu o negócio ser copiado na cidade. Formatou o modelo como franquia e vendeu a primeira unidade em 2010. Há dois anos, mudou de atividade. Sem vender uma peça de roupa sequer, ela licencia a marca e promove as transformações nos veículos, dando total consultoria para quem quer entrar no ramo. “O pacote inclui a licença, a transformação e até a compra do veículo, que deve ser padronizado”, conta. Além de montar os carros para sua marca, também tem uma linha de transformação para outros segmentos, como salões de beleza e food trucks. “Formei a equipe ao longo do tempo. Transformar os carros gera maior rentabilidade do que a venda de roupas”, diz. A empresa chega a faturar R$ 800 mil por ano.
Fonte: gazeta