endereçoAv. Brasil, 694 - Centro Faxinal - Pr
telefone0800-090-1062 ou (43) 3461-8000
Acessibilidade acessibilidade

PRIMEIROS PASSOS

Começar um negócio no próprio

Sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Última Modificação: 04/01/2017 16:39:13


Ouvir matéria

Começar um negócio no próprio quintal é uma forma econômica de abrir uma empresa e testar o mercado antes de decolar

De micro a gigantes, grande parte dos negócios começa assim mesmo: no quintal de casa. Um canto da sala, um quarto ou a garagem do imóvel quase sempre abrigam as primeiras atividades de uma empresa. As instalações domésticas iniciais são o recurso mais comum de quem têm pouco dinheiro para aplicar na estrutura quando ainda está testando o modelo de negócio e o apetite do mercado. O grande desafio é equilibrar o trabalho com a gestão e manter o controle do desenvolvimento da empresa para saber a hora certa de sair de casa e crescer.

Começar em casa reduz custos com aluguel e instalações comerciais em um momento em que o empreendedor ainda está estudando o mercado e desenvolvendo seu produto ou serviço. A economia nesse investimento inicial pode ser aplicada no giro do negócio, mas é importante traçar um planejamento para conseguir acompanhar a evolução da empresa. “Empresa caseira não pode significar informalidade. Funcionar em ambiente doméstico é uma questão provisória, determinada por custos. Toda dinâmica restante precisa ser profissional”, explica a consultora do Sebrae-PR Edite Viana.

Além da formalização, que pode ser instituída no endereço residencial conforme a natureza da atividade, outra tarefa indispensável é ter controle da gestão do empreendimento para acompanhar seu ritmo de crescimento. Registros de faturamento, contratos e compromissos bem organizados ajudam a identificar o momento em que o espaço fica pequeno para a empresa e quando é hora de ampliar a infraestrutura. O controle é importante para dimensionar os custos adequadamente antes de expandir. “O negócio precisa crescer antes do espaço físico, para evitar desperdício de recursos e endividamento desnecessário em uma sede que pode ficar ociosa, se não houver planejamento adequado”, diz a consultora.

Separação de custos

Uma dica importante para manter o controle é separar as contas financeiras da casa e da empresa. Dessa forma, os rendimentos e gastos de cada núcleo podem ser acompanhados adequadamente, dando condições de avaliação constante do desenvolvimento da atividade.

O professor Claudio Skora, coordenador do curso de administração da Unibrasil, faz ainda outra observação importante sobre a economia que o ambiente doméstico proporciona nos negócios: os custos reduzidos não podem afetar a precificação do produto ou serviço. “É preciso avaliar a concorrência e o retorno que se espera com aquela atividade. Manter um preço inferior sem entender os custos reais vai inviabilizar o crescimento da empresa no futuro”, diz.

Rotina

É preciso separar muito bem a rotina doméstica da profissional, evitando envolvimento entre uma e outra durante o expediente. A mesma coisa vale para a disciplina. “Vestir-se adequadamente para a atividade e respeitar horários são essenciais. O ritual ajuda na concentração e no foco no negócio”, explica a consultora Edite Viana, do Sebrae-PR. A conduta profissional deve estar presente até nos pequenos detalhes. “Atender ao telefone de um fornecedor ou cliente em meio a barulho de televisão, por exemplo, não é recomendado”, diz Claudio Skora, da Unibrasil.

Primeira sede da Sofhar foi na garagem

“Qual empresa não começou na garagem?”, pergunta o executivo Wilmar Prochmann (foto), diretor-presidente da Sofhar, empresa de soluções em tecnologia com quase 30 anos de atividades em Curitiba. Os fundadores Flavio Miaschiro e Luis Mario Luchetta começaram o trabalho em 1986 na garagem de Luchetta, que deixou a empresa em 2006. Hoje são 250 funcionários, instalados em uma área de 1.200 m2, na área do Tecnoparque da PUCPR. O espaço cresceu à medida que o negócio ganhava musculatura e se adaptava às necessidades de mercado. Da manutenção e suporte de centrais telefônicas, passando pelo mercado de celulares até chegar a produção de softwares, a empresa completa a terceira década de vida com faturamento previsto de R$ 30 milhões em 2015.

 Veja Também