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Sul contradiz m?dia do pa?s e eleva venda de armas. Paran? ? 2.? da lista

Terça-feira, 02 de abril de 2013

Última Modificação: 05/11/2018 14:10:41


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Ipea registra queda de 35% no comércio de armamento no Brasil, mas estados sulistas tiveram alta de 21,8%. Risco está na clandestinidade

O comércio de armas de fogo sofreu queda na maior parte do país desde a aprovação do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03), há dez anos. Na média nacional, a retração foi de 35,1%. Contudo, a Região Sul apresentou alta de 21,8% na comercialização nesse período. No Paraná, a realidade é ainda mais drástica: o estado é o segundo onde mais se compra armas no Brasil.

Os números fazem parte de um estudo inédito divul­­gado ontem pelo Instituto de Pes­­quisas Econômicas Apli­­ca­­das (Ipea). Com base em dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatísticas (IBGE), o órgão comparou a evolução do comércio de armamentos entre 2003 e 2009. Nesse período, o número de pessoas que afirmaram ter comprado armas de fogo caiu de 56,9 mil para 37 mil: queda de 35,1%.

Para o presidente do Ipea e coordenador da pesquisa, Marcelo Neri, o estudo mostra não só que a Região Sul andou na contramão do restante do país, como revela que as campanhas pelo desarmamento “não pegaram” por aqui. “O efeito do desarmamento foi no sentido contrário na Região Sul”, avaliou.

A pesquisa não apresenta dados absolutos, mas a partir dela é possível ter uma boa ideia desse tipo de comércio no país. O Ipea revela, por exemplo, que as chances relativas de aquisição de armas de fogo na Região Sul são 84,7% maior em relação ao Sudeste. Em outro ponto, o estudo lista 14 estados de acordo com a probabilidade de uma pessoa ter comprado armas no período. O Paraná aparece em segundo lugar, atrás apenas do Ceará.

Uma das lojas especializadas no ramo no Paraná, a Az de Espadas, estima que 350 armas de fogo sejam comercializadas por mês no estado, ou 4,2 mil por ano. O vendedor Amós Aquino avalia que as vendas estejam diretamente relacionadas à sensação de falta de segurança e à defesa pessoal do próprio patrimônio. “Quem compra [armas] é a pessoa que entende que o polícia não tem condição estrutural de cuidar dela e da família dela”, diz.

O sociólogo Lindomar Bo­­netti, da Pontifícia Uni­­ver­­­si­­­dade Católica do Paraná, vê com preocupação o aumento do número de armas de fogo em circulação. Para ele, a violência se voltou para o interior dos estados da Região Sul. Por causa disso, as pessoas das pequenas cidades tendem a se armar, como alternativa à “ausência do Estado” na segurança pública. “Para onde vai o capital, o crime vai atrás. O armamentismo é reflexo disso”, resume.

Os dados do Ipea vão ao encontro da análise do especialista. A pesquisa mostra que a venda de armas caiu de forma expressiva nas regiões metropolitanas, enquanto a queda foi mais sensível nas menores cidades e na zona rural. As chances de um morador do campo comprar uma arma, por exemplo, é cinco vezes maior do que um morador de áreas metropolitanas.

Fonte: gazeta

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