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Ind?stria apela ?s f?rias coletivas

Segunda-feira, 16 de junho de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:49:26


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Setores adiantaram folga anual de funcionários para baixar estoques. Apesar de localizada e estratégica, medida já afeta índices

Indicadores da indústria brasileira mostram que diversos setores puxaram o freio da produção nos primeiros quatro meses do ano – entre eles, automotivo, mobiliário e de máquinas. A situação deve continuar em junho, quando várias fábricas anunciaram o adiantamento das férias anuais dos funcionários, em geral os da produção. Os motivos: uma soma de estoques altos com baixa expectativa de vendas que coincidiu com a Copa do Mundo, quando já eram previstas mais faltas e folgas.

Entre as empresas estão Electrolux e Renault, que têm plantas fabris no Paraná, além de Whirlpool e General Motors. Em nota, a Electrolux chamou a mudança de “pontual” e justificou que “no momento, a economia está mais desacelerada e o país passa pelo período de Copa”. Também adiantaram o benefício anual parte das indústrias de eletroeletrônicos na Zona Franca de Manaus.

O panorama indica que mais fábricas tomaram essa decisão Brasil afora – até porque a escolha se reflete em toda a cadeia produtiva, em especial nos fornecedores. A Pesquisa Industrial Mensal de abril, a mais recente divulgada pelo IBGE, mostra incremento de 5% na produção do setor de manutenção de máquinas no quadrimestre. Isto porque o período de férias na produção é aproveitado pelas fábricas para fazer a manutenção periódica de maquinário.

Apesar de ajudar a derrubar ainda mais os índices de produção, as férias coletivas são consideradas estratégicas para fábricas que concentram estoques altos. “Parece bastante sensato sendo que a produção para alguns setores foi alta em relação às vendas, que não foram tão boas no segundo trimestre”, avalia o economista Ramon Vicente Garcia Fernandez.

A indústria automotiva acumula de janeiro a abril queda de 10% na produção física nacional e de 4% na do Paraná, segundo o IBGE. O dado bate com a queda nas vendas, sempre mais baixas na comparação com 2013 – ano em que o setor foi beneficiado com incentivo fiscal. Já sondagem da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) em abril mostra que a produção dos setores continua fria, com vendas aquém do esperado.

O adiantamento das férias reflete um mau momento dos setores, mas é mais simples e rotineira do que os lay offs (suspensões de contrato) anunciados por indústrias automotivas neste ano. As férias ao menos garantem baixa rotatividade do quadro de funcionários e a retomada rápida da produção. Isso não significa, no entanto, que o objetivo das empresas seja preservar empregos, lembra Fernandez. Adiantando o pagamento do benefício, as empresas podem abater esse custo de futuras verbas demissionais.

Fonte: gazeta

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