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Leite estragado era vendido no PR

Quinta-feira, 12 de junho de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:49:44


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Operação Lei Compen$ado, deflagrada pelo MP-RS, descobriu que a Confepar, de Londrina, comprava o produto adulterado do Rio Grande do Sul

Depois de ser acusada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), no ano passado, de comandar um esquema de adulteração de leite naquele estado, a Confepar Agro-Industrial Cooperativa Central, fabricante de leite UHT e derivados da marca Polly com sede em Londrina, agora é investigada por comprar milhões de litros de leite cru estragado para comercializar no Paraná.

Na sexta fase da Operação Leite Compen$ado, deflagrada pelo MP-RS ontem, um mandado de prisão seria cumprido no Paraná. Não há informações, no entanto, se essa prisão ocorreria em Londrina ou em outra cidade do estado. Quatro pessoas foram presas no Rio Grande do Sul e 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 11 cidades gaúchas. A Justiça de Santo Augusto (RS) autorizou a apreensão de 24 caminhões utilizados para transportar leite adulterado nessas cidades.

Entre os presos na operação está o responsável pela captação no posto de resfriamento da Confepar em São Martinho, Fernando Júnior Lebens. Também foram detidos o presidente da Cooagrisul, Alcenor Azevedo dos Santos, de Taquaruçu do Sul, apontado como comprador de ureia no mesmo período em que entregou leite adulterado no posto da Confepar; o transportador de leite Diego André Reichert, de Campina das Missões; e Cleomar Canal, um dos sócios da Transportes Três C, de Ibirubá. Este último já foi denunciado pelo mesmo crime na primeira fase da operação, em maio de 2013, e respondia o processo em liberdade.

Participaram da operação 70 integrantes do MP-RS, da Brigada Militar, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Receita Estadual.

O esquema

Para o Ministério Público, as investigações mostraram que a Confepar tem conhecimento de que adquire o produto adulterado. “É importante salientar que a Confepar sabia que estava recebendo produto impróprio para o consumo”, frisou o promotor Mauro Rockenbach, em entrevista coletiva. A estimativa do MP-RS é de que o volume total do produto transportado do Rio Grande do Sul para o Paraná pode chegar a 7,3 milhões de litros por mês. Tudo teria sido comercializado apenas no Paraná.

Segundo o promotor de Defesa do Consumidor do MP-RS, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o posto de resfriamento da Confepar em São Martinho pagava mais barato no leite velho adquirido de produtores locais, o que caracterizava uma concorrência criminosa com outras cooperativas do Rio Grande do Sul.

Já na unidade de São Martinho, 60 amostras de leite analisadas pelo Ministério da Agricultura foram consideradas impróprias para consumo. Questionado sobre os testes realizados em amostras de leite coletadas na sede da Confepar em Londrina, que tiveram resultado “satisfatório”, segundo o Laboratório Central do Paraná (Lacen), o promotor explicou que, quando diluídos em grandes quantidades, os componentes podem desaparecer nas análises.

Produto ainda está à venda no mercado

O promotor de Defesa do Consumidor do MP-RS Alcindo Luz Bastos da Silva Filho disse que, comprovadas as irregularidades, cabe agora ao Ministério da Agricultura pedir a retirada dos produtos – leite e derivados da marca Polly – dos supermercados do Paraná. O órgão informou que só responderia a respeito do caso a partir de hoje. A diretora da Vigilância Sanitária em Londrina, Denise Nunes, informou que o órgão só poderá retirar os produtos do varejo quando for notificado pelo Ministério da Agricultura.

Fonte: gazeta

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