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O craque e o apito

Sexta-feira, 13 de junho de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:49:43


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Brasil abre a segunda Copa do Mundo em casa com vitória de virada sobre a Croácia, em São Paulo. Triunfo construído graças ao talento de Neymar e à colaboração da arbitragem

O craque de sempre e uma ajuda inesperada levaram o Brasil à vitória na estreia da Copa do Mundo de 2014. Os dois gols de Neymar e outro de Oscar construíram a virada por 3 a 1 sobre a Croácia, ontem, na Arena Corinthians. Mas nada disso seria possível sem o árbitro Yuishi Nichimura, que marcou um pênalti inexistente em Fred e poderia ter expulsado o craque da casa quando os croatas ainda venciam a partida.

A atuação da dupla que desequilibrou um jogo permitiu à seleção ampliar algumas marcas em Mundiais. Maior número de vitórias de virada: 17. Invencibilidade em estreias de 18 jogos – com nove vitórias seguidas. Mais do que qualquer estatística, diminuiu o peso no ombro de um time obrigado a salvar a Copa.

“Copa do Mundo é só jogo difícil. Enfrentamos uma equipe muito boa, mas mantivemos a calma depois que tomamos o gol e nosso poder de reação foi muito forte”, comentou Neymar.

O poder de reação foi necessário para superar um baque intenso. Aos 11 minutos, Olic cruzou da esquerda, Jelavic bateu torto, a bola desviou em Marcelo e entrou. O primeiro gol contra do Brasil em Copas, logo na estreia do segundo Mundial em casa, desenhou um cenário que poderia ter ficado ainda pior.

Neymar acertou uma cotovelada em Modric aos 27 minutos. Uma das 18 câmeras de transmissão flagra o brasileiro procurando o meia croata antes de soltar o braço. Nishimura mostrou apenas o amarelo. Foi cobrado pelos croatas no ato e por Modric no intervalo. Neymar ficou em campo. E, dois minutos depois, empatou o jogo. Um gol que começou com Oscar se livrando de três croatas e tocando para o craque bater mascado no canto esquerdo, com um leve toque na trave.

“Se reparar, muitos dos meus gols saem assim [meio mascados] e é difícil de buscar. Eu queria bater embaixo da bola mesmo, mas não tão fraco”, descreveu o primeiro camisa 10 do Brasil a fazer gol em Copa desde Rivaldo, que deixou sua marca nas quartas de final de 2002, contra a Inglaterra. Um jejum de 12 jogos.

Neymar, de 22 anos, e Oscar, de 21, tomaram conta do jogo. Logo os dois titulares mais novos. Socorreram um confuso Daniel Alves atacando o lado esquerdo da Croácia. Fugindo à característica da Copa das Confederações, Neymar passou a maior parte do tempo pela direita do ataque, sempre com Oscar ao lado. A virada, porém, só veio com a ajuda de Nishimura, no lance em que Fred desmanchou no gramado após um leve toque de Lovren em seu braço esquerdo.

“Ridículo. Se continuar acontecendo isso, vai virar um circo”, disse o técnico da Croácia, Niko Kovac. “Então temos cinco circos mundiais”, rebateu Felipão. “Milhares não viram? Ninguém viu? O juiz viu. Eu vi dez vezes o lance e acho que foi pênalti”, completou o técnico brasileiro.

A ajuda da arbitragem na estreia traz uma lembrança boa para Scolari. A campanha do penta, em 2002, começou com uma virada por 2 a 1 sobre a Turquia, com pênalti inexistente sobre Luizão.

Em 2014, ainda houve tempo para um terceiro gol. Bola roubada por Ramires, chute de bico de Oscar. Gol assistido do banco por Neymar, que saiu aplaudido. Oito minutos antes, o estádio inteiro já gritara seu nome. Carinho refletido na sexta escolha consecutiva para melhor em campo em um torneio Fifa.

“Foi melhor do que eu imaginava. Esperava a vitória, mas estrear em uma Copa do Mundo com dois gols é uma felicidade muito grande”, comemorou. O atacante dará as camisas do jogo para os pais. Para a namorada, Bruna Marquezine, fez um coração com as mãos na celebração do primeiro gol. Poderia incluir um terceiro presente: o troféu de craque do jogo para Yuishi Nishimura.

Fonte: gazeta

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